Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos consolidou — ainda que no campo teórico — a garantia da proteção da diversidade cultural. Sob essa óptica, na contemporaneidade brasileira, as discriminações contra as minorias constituem um desafio significativo para o desenvolvimento social fa nação. Tal cenário configura-se, principalmente, em virtude do silenciamento e da ineficácia de políticas públicas de inserção social.

Em primeira análise, convém destacar que a exclusão social inviabiliza diversos povos de culturas diferentes. Segundo a concepção de Djamlia Ribeiro, só é possivel construir uma sociedade justa e igualitária através do direito à voz, e apenas algumas culturas dominantes dispõem dessa liberdade. Nessa perspectiva, a carência de acolhimento entre diversas minorias resultam em estereótipos, visto que o preconceito se encontra enraizado no contexto histórico. Como consequência, o Brasil encontrará com arcaico silenciamento cultural entre as novas gerações.

Além disso, convém ressaltar que a insuficiência de políticas públicas específicas de inserção social agrava consideravelmente essa problemática. Na visão de Norberto Bobbio — expoente filósofo italiano e autor do Dicionário de política — o Estado não deve criar políticas de inclusão, mas garantir que a população usufrua na prática. Entretanto, a sociedade brasileira tem apresentado dificuldades na valorização das culturas regionais, uma vez que a negligência governamental impede a manifestação de hábitos e costumes na formação da identidade brasileira. Logo, a ausência de abordagem política resulta em um empobrecimento cultural.

À luz dos argumentos apresentados, torna-se evidente a necessidade de medidas efetivas contra o enfraquecimento da valorização entre culturas. Para tanto, o governo federal deve implementar um programa nacional, por meio de investimentos em patrimônios materiais, debates públicos em escolas — como palestras informando como acolher, incluir povos minoritários, e entender sua manifestação cultural —, a fim de fortalecer sua identidade nacional e herança cultural. Dessa maneira, o propósito central da Declaração Universal dos Direitos Humanos poderá concretizar na realidade brasileira.