A célebre obra Cidadãos de Papel do renomado escritor Gilgberto Dimestein relata sobre como os direitos da sociedade se limitam aos papéis, de maneira análoga à obra, observa-se que o mesmo ocorre na sociedade brasileira, já que a invisibilidade do trabalho de cuidado feito pela mulher ainda é um problema, visto que mesmo com alta demanda de serviço de assistência, as mulheres não possuem atenção necessária ao seu trabalho devido principalmente a sua desvalorização e a ideologia social de que tal atitude é uma obrigação da mesma
Deste modo é válido analisar o Artigo 6º da Constituição cidadã -documento de maior valor ordenal do País- onde garante o direito da nação ao trabalho entretanto, é notório que muitas mulheres enfrentam o preconceito em decorrência aos trabalhos de cuidado realizado, como por exemplo: atividades domésticas, cuidado com portadores de deficiências, idosos e crianças. Sob esta conjuntura, nota-se a importância de discussões sobre tal situação
Ademais, é necessário realizar uma alusão ao modo como diversas pessoas foram educadas por seus responsáveis, sendo a maioria com a presença de estereótipos em relação às mulheres, onde os cuidados domésticos e assistências idosos da família e aos filhos são vistos como uma obrigação, sob esse viés, comparando a fala do filósofo chinês Confúcio, onde é relatado que não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros, nota-se a importância de uma reformulação no modo de criação dos mais jovens e de discussões sobre o tema
Portanto, cabe ao Ministério da Educação a realização de palestras sobre a importância da valorização do trabalho de assistência realizado pelas mulheres, em colaboração com as unidades de ensino do estado, além disso, cabe ao Governo Federal -enquanto garantidor dos direitos sociais-
a ação de promover um reajuste salarial obrigatório para as mulheres que prestam esse tipo de serviço por meio de contrato. Tais atitudes visam extinguir os desafios para combater a invisibilidade e desvalorização dos trabalhos de cuidado, tornando o Brasil um país distante da óptica de Gilberto Dimenstein.