Na renomada obra audiovisual "Histórias Cruzadas", que se passa na década de 60, é retratada as dificuldades enfrentadas pelas empregadas domésticas negras durante o período no qual o "apartheid" (regime de segregação racial) ainda estava em vigor. Mas a falta de direitos garantidos com a presença do patriarcado tornam os desafios enfrentados pelas mulheres recorrentes e influenciam na baixa remuneração e invisibilidade neste cenário.
O período de 1945, iniciado no século XX (20), foi marcado pela consolidação dos direitos trabalhistas, o mesmo, infelizmente, não foi assegurado para determinadas profissões, paralelamente aos cenários de domésticos. Atualmente, o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres no Brasil, muitas vezes efetuado por mulheres negras, resulta na submissão às condições desumanas com cargas horárias excessivas e preconceitos em seu ambiente de trabalho, conforme retratado na trama.
Ao longo dos séculos, vem se desestruturando na sociedade a ideia heliocêntrica do machismo, a qual é proveniente das antigas civilizações de Roma e do patriarcado, que, ainda rege no sistema. Essas ideologias baseiam a imagem femininas às tarefas domésticas e a gerar herdeiros, dificultando a visibilidade como profissão trabalhista, não similar à obrigação.
Portanto, é imprescindível a implementação de medidas que assegurem a consolidação os direitos garantidos por lei. Contudo, o trabalho de cuidado só irá ser valorizado com a quebra do "tabu" machista enraizado na sociedade e com o reconhecimento da mulher nas demasiadas áreas, as mesmas em que a presença da mulher negra é mais evidente.