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Por Lourencosg
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Em suas renomadas obras, Manoel de Barros, grande poeta modernista, desenvolveu uma "Teologia do traste", tendo como característica marcante a valorização de situações esquecidas ou ignoradas. Partindo da lógica barrosiana, faz-se necessário notabilizar os desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher, que se encontra silenciado no Brasil. Desse modo, é preciso destacar a ineficácia estatal e apatia social como principais causas do impasse.
Diante desse cenário, convém abordar desserviço estatal como uma causa da invisibilidade das tarefas de cuidados feitas pela mulher. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, é função social do Estado gerenciar as questões relacionadas ao bem-estar da coletividade. Nessa ótica, a teoria de Durkheim não é constatada na conjuntura brasileira, posto que, o poder público não dá a devido relevância aos altos índices de mulheres que enfrentam desafios nos trabalhos de cuidados e tarefas domésticas, como o baixo salário em relação às horas trabalhadas. A título de exemplo, pode citar a não efetivação de leis que garantam os direitos básicos ao trabalho da mulher, como a proteção em casos de violência doméstica. Essa realidade é corroborada pela escassez de investimentos em políticas públicas, que visem amparar a figura feminina no ambiente de trabalho e assegurar seus direitos, resultando numa grave invisibilidade desses desafios. Sendo assim, em razão da omissão governamental, problema é gravado no cotidiano da pátria.
Ademais, é válido salientar ainda, a apatia social como outro fator determinante do enfrentamento da ocultação das tarefas de cuidados feitas pelas mulheres. Nesse âmbito, a escritora Nadejda Mandelstam, acredita que, o silêncio é o verdadeiro crime contra a humanidade. Sob esse viés, é notório a incidência do pensamento de Nadejda aos desafios enfrentados pelas mulheres -a maioria em situação de pobreza- na invisibilidade do trabalho de cuidado, uma vez que, a sociedade enxerga esse problema como algo de pouco importância, pois não afeta todos diretamente. Como exemplo disso, é legítimo anunciar uma pesquisa feita pelo portal de notícias G1, em que as mulheres trabalham cerca de 50% a mais que os homens em tarefas domésticas, sem o amparo do governo em fornecer ajuda e sobretudo, com escassas discussões da população acerca do óbice. Com isso, há pouca pressão social no governo para a mudança desse paradigma, agravando mais a situação.
Portanto, elucida-se a necessidade de medidas para conter os desafios da invisibilidade do trabalho de cuidados realizados pelas mulheres no Brasil. Para isso, o Estado -responsável pela garantia dos direitos aos cidadãos- deve efetivar uma lei que fornece salário justo de acordo com as horas trabalhadas pelas mulheres, além de, junto com especialistas, abordar sobre os desafios enfrentados pelas mulheres em tarefas de cuidados. Essas ações serão realizadas por meio da ampliação de verbas governamentais destinadas ao ministério do trabalho, e de palestras informacionais em comunidades sobre o assunto, a fim de diminuir os desafios no emprego das mulheres e conscientizar a população. Feito isso, a "Teologia do traste" de Manuel, refletirá a valorização de problemas na realidade brasileira.
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