Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, em que sua população padroniza-se pela ausência de conflitos e defeitos. Na realidade, diferente do escrito por More, a sociedade brasileira ainda enfrenta dificuldades para visibilizar os trabalhos de cuidado realizado por mulheres. Diante disso, entende-se que o desconhecimento da problemática gera, consequentemente, a falta de debate sobre o tema.
Sob esse viés, compreende-se que ao não ter conhecimento do impasse presente no Brasil contemporâneo, a nação não busca solucionar esse revés. Para exemplificar, segundo o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, os limites do campo de visão de um indivíduo proporcionam o entendimento do mundo que o cerca, logo, ao lidar somente com situações do seu cotidiano, as pessoas não imaginam que o problema aconteça. Sendo assim, é necessário que essa realidade seja mudada e que o país seja alertado sobre os desafios enfrentados por essas mulheres.
Por conseguinte, debater sobre a desvalorização desta profissão torna-se inviável, uma vez que as pessoas não dialogam sobre a temática. Para ilustrar, de acordo com o filósofo Michel Foucault, na sociedade pós-moderna alguns temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. A partir disso, é possível analisar um comportamento padrão, em que assuntos de grande relevância são tirados de foco, desse modo, os contratantes dessas profissionais continuam exercendo esse tipo de contratação sem que os brasileiros saibam disso.
Portanto, urge que medidas sejam tomadas para conter o avanço desse óbice. Dessa forma, cabe ao Ministério da Educação, responsável por um ensino de qualidade, juntamente das escolas, realizar debates e palestras, por meio de bate-papos com profissionais defensores da causa, afim de mostrar as divergências e a necessidade do reconhecimento dessas trabalhadoras. Somente assim, a Utopia proposta por Thomas More acontecerá.