O filme "Mulher Rei", disponível na plataforma Netflix, retrata o cotidiano de uma tribo de guerreiras africanas e as suas culturas. Entretanto, na sociedade contemporânea os desafios para a valorização da herança africana no Brasil, é a prova que a realidade apresentada no longametragem não é aplicada na prática, o que configura um cenário lamentável. Com base nisso, é importante avaliar os principais propulsores do entrave em questão: a negligência do Estado, bem como a ausência de cuidado social.
Sob esse viés, é indubitável que a omissão estatal formenta a permanência do impasse. Nessa perspectiva, a filósofa brasileira Marilena Chauí descreve que "O estado age como se não houvesse uma sociedade". Analogamente, a teoria exemplifica o que acontece na realidade, visto que, não são são executadas políticas públicas distributivas e regulatórias assertivas — a exemplo das legislações e dos projetos— afim de promover a valorização das tradições do continente africano. Logo, a indulgência do governo certamente, contribui, de forma negativa, para a permanência da problemática em questão, de nodo que acarreta diversos efeitos à população brasileira, por exemplo a prática do racismo religioso.
Ademais, é, ainda, indispensável, discutir acerca da falta de empatia social em relação ao descaso do legado africano, visto que, poderia haver o consumo das culturas afro-brasileiras. Semelhantemente, a obra "Cegueira Moral", do sociólogo polonês Bauman, explica que o ser humano não tem empatia pela dor do outro, comprovando que o corpo social não se faz presente no combate à desvalorização do povo africano. Dessarte, constata-se que o contexto é supressivo, e, por conseguinte, atraia impactos aos indivíduos do Brasil, como o desistímulo a produções artisticas afro-brasileiras.
Portanto, é imprescindível intervir no pagamento histórico da herança da população escravizada no país. Para isso, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, em parceria com o Ministério da Cultura, devem promover novas políticas públicas voltadas à importância da valorização do legado africano, como também com direcionamento à campanhas de conscientização para estimular a empatia nos indivíduos. Essas ações acontecerão por meio de novas legislações, que serão decididas entre senadores e deputados no Congresso Nacional. Assim, as futuras gerações vivenciarão o mesmo cenário de igualdade retratado no filme.