Na obra Utopia do escritor inglês Thomas More é apresentado uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de problemas e conflitos. Todavia não é o que acontece na sociedade contemporânea, uma vez que os desafios para valorização da herança africana no Brasil perpetuam nos dias atuais
. Diante desse cenário relaciona-se a invisibilidade e a intolerância fruto da esperança como um dos principais cristalizadores da problemática.

"O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles", essa citação atribuída pela filósofa francesa Simone de Beauvoir pode ser aplicada no contexto, uma vez que heranças africanas trazidas no período da escravidão pelos negros que no Brasil se encontravam são vítimas de uma intolerância, com base no racismo estrutural. Nesse pensamento religiões, comidas, adereços e vestimentas de matrizes africanas são marginalizados pelas suas origens.

Ademais, nessa linha destaca-se também a invisibilidade e o descaso governamental. Segundo o filósofo inglês Aldous Huxley "Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados", análogo a isso observa-se que a desvalorização da herança africana não vai deixar de existir, já que o governo faz "pouco caso" de fornecer a visibilidade necessária e as heranças africanas não disponibilizando meias para compreendê-la. Atualmente nas escolas de rede pública existe uma matéria chamada "história da cultura indígena, africana, e afro-brasileira fecho" apesar da proposta ser boa, muitos professores dão um contexto das matrizes africanas muito superficialmente, mas não se vê outros meios de divulgação das heranças africanas por parte do poder governamental.

Diante dos argumentos supracitados, é de responsabilidade do Estado, através do ministério da cultura, proporcionar principalmente nas escolas e nos ambientes de trabalho rodas de conversas a fim de se aprofundar na cultura deixada pelos povos africanos, promovendo uma maior divulgação, feito isso estaremos é mais perto de uma sociedade utópica, seguindo a ideologia de More.