A Constituição Federal de 1998 - norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro, assegura que todos são iguais e têm os mesmos direitos. Entretanto, diante da deficiência para a valorização da herança africana, percebe-se que esse preceito é constatado na teoria e não na prática. Dessa forma, a falta de acesso a sua própria cultura e o silenciamento midiático contribui para esse quadro alarmante.

Em primeiro plano, é importante ressaltar a falta de medidas governamentais para solucionar a falta de acesso a cultura africana. A pensadora brasileira Djamila Ribeiro diz que "o primeiro passo para solucionar um problema é tirá-lo da invisibilidade". Partindo desse pressuposto, o descaso estatal gera invisibilidade para cultura de um povo que predomina nosso país. Tornado esse quadro alarmante e gerando esquecimento dentro das escolas e casas de pessoas que não tem a oportunidade de conhecer de onde vieram.

Outrossim, o silenciamento midiático pode ser citado como promotor do problema. De acordo com o IBGE, 51% da população brasileira é composta por pessoas negras. Entretanto, nas grandes mídias vemos sempre mais do mesmo: pessoas brancas espalhando seus costumes e uma pequena parcela de pessoas negras tentando ter sua voz ouvida e sua herança valoriza. Destarte, a mídia quer propagar o que os trazem dinheiro, resultando em um cenário caótico diante desse quadro.

Urge, portanto, que é necessário medidas estatais e sociais para solucionar este problema. O Ministério de Educação em conjunto com as escolas deve promover campanhas sobre a herança africana que compõe o país. Paralelamente, as grandes mídias devem dar voz e promover propagandas para dar visibilidade e espaço a novas culturas. Assim, o preceito constitucional será solidificado em nosso país.