“É preciso erguer o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo”. Essa frase de Simone de Beauvoir, intelectual francesa, relaciona-se ao contexto dos desafios para valorização da herança africana, pois no cenário vigente, a depreciação das tradições e valores africanos se torna cada vez mais evidente ao invés da admiração. Sob essa ótica, é preciso que estratégias sejam aplicadas para alterar essa situação, que possui como causas a lacuna educacional e o silenciamento.

Nesse sentido, é evidente que a lacuna educacional contribui para a existência do problema na sociedade. Na obra "Pedagogia da Autonomia", Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, destaca a importância de as escolas não fomentarem apenas o conhecimento técnico-científico. Porém, infelizmente, as instituições educacionais vão contra o que o educador defende, visto que não distribuem o devido ensino sobre a cultura africana, pois estão focadas num método de ensino principalmente centrado no preparo dos alunos para vestibulares. Por consequência, as pessoas negras terão sua história desvalorizada. Dessa forma, é preciso encontrar medidas para que a problemática seja resolvida.

Além disso, destaca-se o silenciamento como mais um desafio a ser combatido. No ano de 2024, vândalos destruíram um terreiro umbandista e deixaram uma bíblia no local, impondo a religião cristã para os religiosos de matriz africana daquele lugar. No entanto, essa perspectiva demonstra a falha cometida pelo Estado, dado que é responsável por manter o bem-estar dos cidadãos, o qual foi perdido nessa ação de intolerância religiosa. O governo também é responsável por incentivar e contribuir para a divulgação e exposição da cultura africana, como também de protegê-la. Desse modo, é possível perceber a tentativa de apagar a herança africana neste ato violento. Consequentemente, impedindo que os civis negros pratiquem suas religiões e relembrem seu passado, apagando-os de sua memória e aderindo a padrões brancos e ocidentais. Logo nota-se a urgência de resolver esse revés.

Portanto, é fundamental resolver os desafios para valorização da herança africana. Para isso, é preciso que as escolas, responsáveis pela formação cidadã, devam debater sobre a cultura africana. Isso deve ser feito por intermédio de palestras, projetos e atividades. Tal ação visa valorizar a história dos indivíduos negros. Somando a isso, é necessário que o Estado tome medidas para promover a evidenciação da herança africana, como também de defendê-la. Assim, tomando essas medidas, será possível amenizar o impacto que a desvalorização da herança africana apresenta na sociedade.

Eiii! Sua redação é incrível, abordou um tema super relevante e atual! Gostei muito das referências, como Simone de Beauvoir e Paulo Freire, que enriqueceram seus argumentos. Na Competência 1, notei que você usou bem a norma-padrão, parabéns! (C1: 160). A abordagem do tema foi clara, mas poderia aprofundar mais o papel do Estado na Competência 2 (C2: 120). Você organizou bem as ideias, mas senti falta de mais exemplos (C3: 160). A coesão está ótima, com boas transições entre parágrafos (C4: 200). Na Competência 5, a intervenção é relevante, mas poderia detalhar mais quem executaria essas ações (C5: 160). Nota 800.