Segundo o filósofo Thomas Hobbes:" É obrigação do Estado garantir o bem-estar dos cidadãos". Entretanto, no Brasil, a desigualdade entre as diferentes regiões do país demonstra uma realidade diferente da qual Hobbes defende, visto que uma grande parte da população permanece na pobreza, enquanto uma menor parcela desfruta de melhores condições de vida. Diante disso, a negligência governamental e a falta de conscientização social dificultam o processo de solucionar o problema.
Em primeiro lugar, a ineficiência do governo permite que o desequilíbrio de renda seja mantido na sociedade brasileira. Sendo assim, a concentração de pobreza em alguns municípios impede seu desenvolvimento e capacidade de proporcionar uma vida digna ao povo. Dessa forma, a cidadania é prejudicada, no cenário em que poucos vivem com seus direitos respeitados e garantidos, o que não condiz com a Constituição Federal de 1988, que alega a igualdade e o respeito aos direitos humanos. Por isso, não deveria ser desafiador reduzir a desigualdade na nação.
Ademais, a falta de debates em prol de conscientizar a população sobre a real condição instável de diversos brasileiros, desafia a minimização deste problema. De acordo com a filósofa Chimamanda Adichie: " A cultura não faz as pessoas, as pessoas é que fazem a cultura". Ou seja, para podermos refletir e debater melhorias na atual situação desigual do país, é necessário que haja uma quebra na cultura individualista do Brasil, em que o normal é se preocupar apenas com o que acontece no seu núcleo, invalidando os demais.
Portanto, é indispensável uma intervenção do Estado, por meio de um aumento na distribuição de fundos destinados as Regiões Norte e Nordeste, que de acordo com o IBGE, tiveram a menor renda domiciliar per capta em 2019. Para isso, o Ministério da Economia deve criar novas medidas de ação em favor do crescimento dos municípios mais pobres, assim podendo facilitar a redução da desigualdade no Brasil. Além disso, é importante que a sociedade mude a forma de pensar, valorizando a união do povo, exigindo do Estado o bem-estar de todos.