Na obra "Segunda Classe" de Tarsília do Amaral, a artista modernista revela traços da figura populacional brasileira -a classe trabalhadora. Hodiernamente, essa pintura ainda representa a realidade brasileira vigente, com a existência de uma enorme desigualdade social entre as diferentes classes. Mostra-se, assim, a necessidade do combate a essa divergência motivada, principalmente, devido à má distribuição de renda e à questões históricas.
Nesse sentido, em primeiro plano, faz-se necessário indicar os efeitos da má distribuição de riquezas no país. Segundo dados do Medidor Internacional de Desigualdades, o Brasil está entre os países mais desiguais do mundo, com 10% dos mais ricos concentrando em suas mãos um valor exorbitantemente superior à 50% da renda total da nação. Dessa forma, a população pobre continua pobre, enquanto a rica, por possuir maior capital, cresce. Evidencia-se, porquanto, a necessidade de extinguir esse ciclo.
Além disso, o Brasil sofreu durante mais de 300 anos com o enriquecimento desenfreado dos latifundiários, sendo esses, majoritariamente, executores de técnicas escravistas. Sendo assim, desenvolveu-se na sociedade brasileira a divisão entre diversas classes sociais, com uma hegemonia ainda grande dos proprietários de terras entre as classes privilegiadas.
Portanto, urge a necessidade de dar uma finalidade a essa espiral. Logo, o Estado, por meio de programas que incentivem a emancipação da população carente, como projetos de doações de terras à pessoas de baixa renda e desburocratização na formação de pequenas empresas, deve prover aos pobres a chance de crescer financeiramente. Somente assim, situações como a relatada por Tarsília desaparecer-se-ão da sociedade.