Segundo o ministro da propaganda do Terceiro Reich Joseph Goebbels: "Uma mentira contada 1000 vezes torna-se verdade". Hodiernamente, apesar do fim do nazismo, a tática da repetição de inverdades para manipular a percepção da realidade continua presente na sociedade brasileira. Fatos históricos são frequentemente distorcidos a favor de interesses ideológicos, sendo usados para a doutrinação das massas e contribuindo para subjugação de povos. Diante disso, torna-se essencial refletir sobre os impactos dessas práticas na construção da realidade social.

Primeiramente, cabe ressaltar a importância de se buscar conhecimento histórico em diversas fontes, pois muitos autores têm um ponto de vista enviesado. Por exemplo: foi disseminado por muitos autores protestantes como John Foxe a ideia do assassinato de milhões de pessoas na Inquisição da Igreja Católica. Essa informação, desmentida por diversos historiadores a exemplo de Bartolomé Bennassar, ateu, autor do livro “A inquisição espanhola”, onde explica como foi criada e disseminada essa inverdade. Entretanto, esse mito continua sendo espalhado e tomado como verdade por muitas pessoas, tornando a imagem da Igreja Católica no Brasil de uma instituição sanguinária. Dessa forma, provando o ponto de Goebbels.

Ademais, se utilizando de fatores históricos como pretexto, muitas instituições subjugam certos povos. Foi relatado na “CPI das ONGS” que, tomando como pressuposto a conservação da cultura indígena, algumas ONGS através de campanhas supostamente destinadas a “ajudar” comunidades indígenas, exploravam-nos através do trabalho e os impediam de ter objetos básicos modernos não presentes na tribo. Desse modo, explicitando a necessidade de não tomar decisões baseadas unicamente em contextos históricos, pois no presente a realidade é diferente e muitos tentam se aproveitar disso.

Portanto, cabe ao Estado, por meio do ministério da educação, revisar todo o conteúdo didático nas faculdades de licenciatura e nas escolas, baseada em fontes confiáveis e imparciais, para cessar toda a doutrinação ideológica. Além disso, este, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve garantir a autonomia e segurança dos povos originários para uma fiscalização mais rigorosa da FUNAI, criando uma ouvidoria para denúncias dos indígenas. Assim, impedindo que a prática nazista de Goebbels seja realizada.