O conceito de cidadania, que remonta as antigas Pólis Gregas, é o conjunto de direitos e deveres que um indivíduo goza ao pertencer a determinado Estado. Lamentavelmente, ainda hoje, descendentes africanos sofrem com a desvalorização de sua cultura, o que leva ao racismo, o que acaba impedindo o acesso à cidadania por parte desse grupo. Com efeito, é imprescindível a discussão e promoção de soluções para a problemática.
Primordialmente, é importante ressaltar a insuficiente ação do Estado perante o problema. Nesse sentido, segundo o filósofo renascentista Nicolau Maquiavel, o principal objetivo do governante reside na manutenção do poder - e não na promoção do bem comum. A reflexão do pensador ecoa na situação dos descendentes africanos, visto que esse grupo não tem notável representação no pleito eleitoral, por isso tendo escassas medidas acerca da problemática.
Ademais, é válido salientar a omissão social perante o problema. Nesse âmbito, segundo a filósofa Hanna Arendt, na sua teoria da "Banalidade do Mal", defende que a sociedade se cala perante determinados problemas, naturalizando situações problemáticas. Sob esse viés, é notório a incidência do pensamento de Arendt na situação dos descendentes africanos para a valorização da cultura africana e suas heranças deixadas na sociedade, tendo em vista que as pessoas tratam a desvalorização da cultura deles como algo banal e de pouca relevância, o que leva a poucas discussões desse tema no cotidiano.
Diante do exposto, é de suma importância a ação do governo para alterar esse quadro na sociedade. O Estado - que exerce a administração de um território - deve aprimorar a educação através de investimentos nesse sentido. Tal verba pode ser angariada de recursos públicos, por exemplo, do Fundo Eleitoral para o projeto, a fim de que a cultura africana e suas heranças deixadas tenham sua devida valorização e o acesso à cidadania esteja em pleno alcance para toda a sociedade.