Em nossa nação, cultiva-se uma cultura inflexível que ordinariamente assassina a criatividade de nossos jovens. Tal ponto se faz verídico quando observamos o sistema educacional brasileiro que, através de sua rigidez, consolida tragicamente o problema da evasão escolar, principal fator para a conservação tanto das desigualdades econômicas quanto sociais.

Sob essa ótica, nota-se que a rigidez exagerada, junto à ausência de adaptabilidade do sistema de ensino verde e amarelo, acentua o abandono prematuro da escola pelos jovens. Segundo o filósofo Michel Foucault, o sistema de ensino observa as características atípicas dos jovens para neutralizá-las, ao invés de utilizá-las para o bem da sociedade, fazendo, assim, o papel de carrasco intelectual para o jovem criativo.

Ademais, observa-se que a evasão escolar também serve como um dos principais agentes para a manutenção da pobreza no país. Segundo o sociólogo alemão Karl Marx, "as elites clamam pela ignorância do povo, pois a própria a teme". Tal teoria se consolida ao analisarmos o cenário econômico brasileiro, onde jovens adultos sem a devida formação se contentam com subempregos que pagam mal por não possuírem o "capital cognitivo" exigido pelo mercado de trabalho atual.

Sintetizando, urge que tais amarras sociais, que impulsionam os jovens em direção à desistência escolar, sejam desfeitas. Tal ação deve ser efetivada através da quebra de estigmas no setor educacional público, com mudanças promovidas pelo Ministério da Educação (MEC) nas ementas educacionais, como a adição de matérias mais inclusivas. Consequentemente, isso resultará na extinção das disparidades sociais causadas pela ausência da educação eficiente prevista por Marx.