O filme Temple Grandin (2010), que conta a história de uma mulher autista que conseguiu superar muitas dificuldades com apoio e orientação certa, mostra como um diagnóstico pode mudar a vida de alguém. No Brasil, a situação é parecida: existe lei, existe reconhecimento, mas o caminho entre descobrir o autismo e realmente ter inclusão ainda é cheio de problemas.

Primeiro, o diagnóstico precoce, que é muito importante, nem sempre acontece. Mesmo com a Lei Berenice Piana garantindo prioridade, muitas famílias passam meses esperando consulta com especialista. Isso acontece principalmente pela falta de profissionais e pela desigualdade entre as regiões. Com isso, muitas crianças só recebem apoio quando já poderiam estar mais avançadas.
Na educação, a dificuldade também é grande. A lei garante que estudantes autistas tenham direito à escola regular, mas muitas escolas não têm mediadores, não fazem adaptações e não oferecem formação para os professores. Aí o aluno acaba ficando dentro da sala, mas sem aprender como deveria, o que gera uma exclusão que muita gente nem percebe.

Quando chega na fase adulta, o problema continua. Muitas empresas ainda não sabem lidar com a neurodiversidade, e isso dificulta muito a entrada de pessoas autistas no mercado de trabalho. As mulheres autistas sofrem ainda mais, porque geralmente descobrem o diagnóstico mais tarde.

Por isso, é importante que o governo atue melhor. O Ministério da Saúde precisa aumentar centros especializados para facilitar diagnóstico e acompanhamento. Na educação, é necessário garantir mediadores, formação para os professores e boa aplicação do Fundeb. No trabalho, programas de incentivo às empresas ajudariam a abrir portas para autistas. Além disso, campanhas de conscientização podem diminuir o preconceito e informar a população.
Desse modo, com ações na saúde, na escola, no trabalho e na sociedade, o Brasil pode avançar de verdade na inclusão e garantir que pessoas com TEA tenham seus direitos respeitados.