No livro Torcidas Organizadas de Futebol, Carlos Alberto Máximo Pimenta destaca o valor cultural dessas agremiações na construção da identidade coletiva dos torcedores. Em contrapartida, o autor aponta que a violência crescente entre membros desses grupos revela a distorção de seus objetivos iniciais. Desse modo, o futebol brasileiro, embora promova união, tem sido cenário de conflitos intensos. Outrossim, a falha na repressão estatal e a ausência de ações educativas sustentam esse problema. Logo, é crucial discutir essas causas para mitigar tal violência.

À primeira vista, a ineficiência do Estado em conter a violência entre torcidas contribui para sua permanência. Embora leis existam, sua aplicação é precária, como demonstram os frequentes confrontos nos arredores dos estádios. Soma-se a isso a escassez de policiamento em dias de jogos, o que facilita ações criminosas. Ademais, a morosidade do Judiciário promove sensação de impunidade. Assim, a fragilidade da repressão alimenta comportamentos violentos. Por conseguinte, o papel do poder público é decisivo nesse contexto.

Além disso, a ausência de políticas educativas voltadas à paz entre torcedores aprofunda o problema. A escola, por exemplo, raramente trata do respeito no esporte, o que compromete a formação ética. Similarmente, campanhas públicas de conscientização são escassas e pouco efetivas. Desse modo, consolida-se uma cultura de intolerância nas arquibancadas. A rivalidade, quando não mediada, ultrapassa os limites do campo. Portanto, a negligência pedagógica contribui para a permanência dos conflitos entre torcidas.

Em síntese, os confrontos entre torcedores resultam da falha repressiva e da ausência de educação para o respeito. Portanto, o Ministério da Educação, em parceria com clubes e ONGs, deve promover projetos escolares que valorizem o convívio pacífico. Isso deve ocorrer por meio de palestras e eventos culturais. Ademais, campanhas midiáticas podem ampliar o alcance da mensagem. Assim, será possível restaurar a função social do futebol no país.