Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, “Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem”. A partir dessa máxima, contextualiza-se a problemática de não negligenciar a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pelas mulheres no Brasil. Sendo assim, torna-se imprescindível analisar as causas e consequências da desigualdade dos gêneros e a construção de movimentos machistas, visando lidar com essa nefasta realidade.
Em primeira análise, evidencia-se a desigualdade nos índices de horas dedicadas aos afazeres domésticos entre os gêneros. Sob essa ótica, há a necessidade de questionar a diferenciação nos tratamentos, frisando que as garotas estão em constante luta para garantir seus direitos, para que possam ter as mesmas posições em que os homens estão. Dessa forma, é preciso a reavaliação dos possíveis motivos para essa discrepância nos índices dos gêneros no trabalho de cuidado.
Além disso, é notório que a construção de ideais machistas já estão cristalizados na sociedade. Nesse viés, Simone de Beauvoir - filósofa francesa - disserta em suas obras sobre um mundo em que as mulheres são dominadas pelos homens, não apresentam nenhum poder de escolha. Consoante a isso, é necessário a avaliação desses ideais na idade contemporânea, considerando que o mundo de Simone retrata uma realidade anterior aos avanços tecnológicos e desenvolvimentos no papel das mulheres na sociedade.
Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que venham valorizar o trabalho realizado pelas mulheres. Dessa maneira, cabe o governo juntamente com o Ministério da Educação implementar informações nas disciplinas sobre a importância dessas tarefas, por meio de campanhas e jogos informativos, a fim de que as novas gerações possam superar a invisibilidade feminina no trabalho de cuidados. Somente assim, a sociedade poderá esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.