Na canção "Vilarejo", a cantora Marisa Monte descreve a visão de um lugar perfeito, sem quaisquer tipos de dificuldades para os seus moradores. No entanto, tal conjuntura não é observada na realidade contemporânea, uma vez que a valorização da herança africana apresenta desafios. A partir desse viés, nota-se a negligência governamental e o racismo como pilares dessa problemática.
Em primeira análise, é fulcral pontuar que a desvalorização das tradições africanas deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que reduzam tais recorrências. Acerca disso, segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população. Entretanto, isso não ocorre no Brasil devido à falta de apoio das autoridades para com os povos afro-brasileiros. Com efeito, a herança africana é excluída perante a sociedade, o que aumenta a desvalorização e, consequentemente, a invisibilidade dessa cultura.
Ademais, é importante destacar o racismo como promotor do problema. Sob essa ótica, na obra “Canaã” de Lima Barreto, é retratado o preconceito de dois alemães ao se depararem com a população negra no território brasileiro. Fora da esfera literária, essa questão se faz presente na nação verde-amarela, visto que ainda existe uma omissão das tradições africanas. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que o racismo contribui para a perpetuação dessa desvalorização.
Depreende-se, portanto, a necessidade de combater esse cenário nocivo no Brasil. Logo, cabe às Instituições educacionais, como as escolas, juntamente com o Ministério da Educação, implementar palestras sobre a cultura africana, por meio de verbas governamentais e professores especializados, a fim de conscientizar a população sobre a importância de valorizar essas culturas. Assim, a sociedade brasileira poderá, um dia, se aproximar da óptica descrita em Vilarejo.