Segundo o sociólogo brasileiro Betinho, o desenvolvimento só será efetivado se a sociedade civil seguir alguns princípios como a igualdade, liberdade, diversidade, entre outros. Entretanto, tal utopia se distancia da realidade por razão da não valorização e repúdio a heranças culturais de povos estrangeiros – como os africanos – no Brasil. Sendo assim, é válido ressaltar a inoperância governamental e a invisibilidade midiática como fatores agravantes dos desafios da valorização de heranças culturais.
Sob esse viés, convém ressaltar a negligência governamental no âmbito de valorizar a cultura africana do país. Sendo assim, sob a ótica do filósofo Barnett, o Estado é, por sua natureza, incapaz de obedecer suas próprias leis, sendo ineficiente como legislador. Nesse contexto, o descaso do governo sobre sobre manter os aspectos históricos – crenças, religiões, ensinamentos, entre outros –, o qual causa uma pobreza cultural à sociedade atual, que leva, muitas vezes, à intolerância e repúdio de povos africanos.
Além disso, é notória a invisibilidade midiática acerca desses indivíduos, sendo, muitas vezes, esquecidos pela mídia e seus consumidores. Por isso, a socióloga Djamila Ribeiro constata que, para resolver uma problemática, deve-se tirá-la primeiro da invisibilidade sofrida. Sendo assim, a realidade do descaso à herança sociocultural africana no Brasil se dá, também, à negligência da mídia, que realiza indevidamente seu papel de veicular informações, já que não divulga a problematica enfrentada pelos povos africanos e seu importante papel histórico. Assim, tal invisibilidade causa uma sociedade alienada de tal temática.
Nesse contexto, vale ressaltar a importância de soluções para mitigar tal viés. Assim, é papel do Estado fazer com que o legado africano se faça presente na sociedade atual, por meio da criação de centros de valorização histórica – tais como museus – que contenham objetos, explicações de crenças, entre outras informações para, assim, acessibilizar a informação sobre os indivíduos africanos. Além disso, a moda deve, também, tirar tal temática das sombras, por meio do veículo de informações e conhecimento sobre os povos de livre e fácil acesso, para, então, tirar a sociedade da ignorância. Dessa forma, os desafios para a valorização da herança africana no Brasil poderão ser enfrentados.