No romance filosófico "Utopia", criado pelo escritor inglês Thomas More no século XVI, retrata-se uma civilização perfeita e idealizada, na qual a engrenagem social é altamente segura e desprovida de conflitos e problemas. Com tudo, tal obra fictícia mostra-se distante da realidade contemporânea devido aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, problema ainda a ser combatido no Brasil. Esse panorama lamentável ocorre devido à discriminação e também ao difícil acesso a cultura africana. Desse modo, torna-se fundamental a análise dessa conjuntura para reverter esse quadro.
Nessa linha de raciocínio, é primordial destacar que a carência de investimentos na acessibilidade a cultura africana, deriva a ineficácia do poder público, oque concerne a criação de mecanismos, os quais coíbam tais recorrências. Sob a perspectiva do filósofo contratualista John Locke, o estado foi criado por um pacto social para assegurar os direitos fundamentais dos indivíduos e proporcionar relações harmônicas. Entretanto é notório o rompimento desse contrato social no cenário hodierno brasileiro, visto que é pouco abordado tópicos da cultura africana no dia a dia. Destarte, fica evidente a ineficiência da máquina administrativa para a resolução dessa situação caótica.
Além disso, a falta de respeito na sociedade brasileira, apresenta-se como outro desafio da problemática. De acordo com o Artigo 5 da Constituição Federal Brasileira, todos são iguais perante a lei. Tal conceito abordado ainda não é materializado no Brasil, haja vista que a discriminação contra pessoas negras ainda é algo recorrente, e consequentemente dificulta na valorização da herança africana, já que a discriminação contribui para a perpetuação desse quadro deletério.
Infere-se, portanto, a necessidade de mitigação dos entraves em prol da diminuição de desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Assim, cabe ao Congresso Nacional, mediante o aumento do percentual de investimentos, o qual será proporcionado por uma alteração na lei de Diretrizes Orçamentárias, ampliar o conhecimento a cultura africana, por meio de palestras ministradas por profissionais especializados, com o objetivo de conscientizar a população sobre a herança da cultura africana. Desse modo, poder-se concretizar a "Utopia" de More na sociedade brasileira.