Djamila Ribeiro afirma que o primeiro passo a ser dado para solucionar uma questão é tirá-la da invisibilidade. Na realidade brasileira, é verificada no desafio para a valorização da herança africana no Brasil, que não têm seu legado transmitido corretamente. Com isso, emerge um problema sério, em virtude do preconceito religioso e do descaso governamental.
Nesse cenário, ressalta-se, de início, que a negligência do governo é um fator do problema. John Locke definiu que as leis fizeram-se para os homens e não para as leis". De fato, a legislação tem papel crucial na dificuldade da valorização da herança africana no país, , visto que a nação tupinikim não é ensinada adequadamente sobre o assunto. Assim, urge que a administração pública reconheça sua função e mude sua postura.
Além disso, outro fator agravante é o preconceito religioso. Em "Malhação:vidas brasileiras", acompanha-se a história de Dandara, uma aluna negra com raízes africanas, e seguidora do candomblé, que é constantemente julgada pelos colegas de sala por causa de sua fé e de seus costumes. Tal conjuntura está ligada à falta da valorização do legado africano na sociedade brasileira. Logo é preciso combater o preconceito religioso para superar o problema.
Portanto, é indispensável intervir sobre esse cenário. Para isso, os três poderes devem garantir o ensinamento adequado das raízes negras, por meio de eventos que incentivem a população a conhecer mais sobre seus costumes e tradições, a fim de afirmar a sua valorização. Tal ação pode, ainda, facilitar a troca de informações do seu legado e de suas crenças. Paralelamente, é preciso agir sobre o descaso governamental. Somente assim, será possível superar a invisibilidade de que Djamila Ribeiro falou.