Na obra Utopia, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, observa-se que, na realidade contemporânea brasileira, o esporte, enquanto poderoso instrumento de inclusão social, ainda enfrenta barreiras que dificultam seu pleno potencial inclusivo.
Precipuamente, é fulcral pontuar que as dificuldades de inclusão pelo esporte derivam da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de políticas públicas de incentivo ao esporte inclusivo. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população; porém, no Brasil, ainda há escassez de programas eficazes voltados ao esporte para todos. Devido a essa lacuna, muitos jovens em situação de vulnerabilidade permanecem à margem de práticas esportivas que poderiam contribuir para sua inclusão.
Ademais, é imperativo ressaltar a importância do esporte na escola como promotor de inclusão social. Estudos indicam que atividades esportivas em ambientes escolares são fundamentais para a convivência, quebra de preconceitos e o desenvolvimento de competências emocionais e sociais. Partindo desse pressuposto, a falta de incentivo a atividades esportivas inclusivas nas escolas impede que muitos alunos, especialmente aqueles com deficiência ou em situação de exclusão social, participem plenamente do ambiente escolar.
Assim, medidas exequíveis são necessárias para fortalecer o papel do esporte como ferramenta de inclusão social no Brasil. Dessarte, para mitigar as barreiras à inclusão pelo esporte, torna-se urgente que o Tribunal de Contas da União direcione capital para programas de esporte inclusivo, coordenados por secretarias de educação e lazer, que fomentem a prática esportiva acessível em escolas e comunidades. Dessa forma, gradativamente, o impacto do esporte na inclusão será ampliado, e o país se aproximará da ‘Utopia’ de More, na qual a coletividade prospera sem exclusão.