Segundo o autor austríaco Stefan Zweig, em sua obra "Brasil, País do Futuro", a nação estava destinada a se tornar uma das mais importantes do mundo no futuro. No entanto, a previsão do autor ainda não foi concretizada, haja vista os desafios para a valorização da herança africana na nação. Por certo, os antigos pensamentos e o apagamento social são responsáveis pela perpetuação do problema.
Diante desse cenário, a desvalorização da cultura afro-brasileira representa uma postura retrógrada. Nesse sentido, o escritor Gilberto Freyre, em seu livro "Casa-grande e Senzala", denuncia um povo que não debatia sobre questões sociais, a exemplo do pensamento de inferioridade do negro na época, pois priorizavam o desenvolvimento econômico da época. Nesse contexto, atualmente, essas discussões seriam de extrema importância, dado que a figura preta na sociedade ainda é vista como um povo que, no passado, passou por uma realidade desumana e possuem costumes ruins, tal como a religião e as tradições, e nada além dessas características. Assim, não é razoável essa propagação ideológica em uma nação que almeja tornar-se desenvolvida.
Além disso, o descaso identitário se mostra um obstáculo para o legado cultural. Dessa maneira, Simone de Beauvoir, expoente filósofa francesa, desenvolveu o conceito de "invisibilidade social", que diz respeito ao apagamento sofrido por grupos marginalizados, dentre eles: a herança africana. Sob esse lógica, é visível a presença do "apagamento" de Beauvoir nas tradições africanas, mesmo essas sendo indispensáveis para a construção da identidade brasileira, já que são parte do cotidiano de muitos indivíduos. Logo, enquanto a marginalidade for a norma, a valorização será a exceção.
Portanto, observa-se a necessidade de atenuar a problemática. Dessa forma, o Governo Federal deve criar programas educacionais que ensine a importância da história cultural africana, por meio de palestras, pesquisas e, também, com ajuda midiática, realizar campanha popular como "Nosso Legado". Tais ações visam acabar com o retrocesso ideológico e, consequentemente, dar mais importância e visibilidade para os costumes afro-brasileiro. Com isso, o Brasil se aproximará dos padrões de "país do futuro"de Stefan Zweig.