Através da sua narrativa hiperbólica, o filme "Wall-E" demonstra os perigos da extravagância humana em sua relação com o meio ambiente ao estabelecer na devastação do planeta as consequências dessa desarmonia. Com efeito, a hodierna sociedade brasileira converge, cada vez mais, a esse alarmante cenário, uma vez que o distanciamento, tanto individual, quanto estrutural, para com as práticas ecológicas corroboram para ações resultantes a danos irreversíveis a natureza. Por conta disso, a fim de evitar o panorama apresentado na obra de A. Stanton e promover o desenvolvimento sustentável, avaliar as novas propostas de organização urbana, bem como a importância ativa da população na resolução da problemática, se torna essencial.

Em primeiro plano, a emergência pela pauta ambiental, catalisada pelo advento das Revoluções Industriais, aflorou a necessidade da busca, em diversos segmentos laborais, por alternativas que atenuem os danos causados a biosfera. Nesse sentido, a arquitetura verde, movimento que ganhou força no século XX, propõe alternativas a urbanização da sociedade ao projetar edificações que buscam estabelecer a harmonia com a natureza, tanto pelo uso de materiais recicláveis, quanto pela adoção de métodos de energias renováveis. Assim, mesmo que tal vanguarda esteja em iminência no Brasil, a sua adesão é uma importante estratégia para retardar os problemas ecológicos no país.

Além disso, deve-se ater ao fato de que a participação dos cidadãos é fundamental para a manutenção de uma sociedade sustentável. Sob esse viés, o individualismo persiste como principal algoz a essa perspectiva, uma vez que atitudes provocadas pela ausência do senso de comunidade, como o descarte de lixo em locais indevidos e a má gestão da água, por exemplo, acarretam grande prejuízo a flora e a fauna terrestre. Assim, sendo a educação o principal pilar no que tange o comportamento humano, como inferido pelo pedagogo Paulo Freire, é imprescindível um sistema que impute a reciclagem e a administração dos recursos naturais na mentalidade de todas as pessoas.

Diante disso, fica clara a necessidade de medidas que guiem o país em direção à conjuntura desejada. Para tal, o Ministério da Fazenda, órgão fulcral na coordenação da economia, deverá promover incentivos fiscais à prática sustentável. A proposta será viabilizada por meio da redução de impostos, como o IPTU, àqueles que aderirem a algum método ecológico em suas residências. Estes, poderão registrar a utilização em uma plataforma governamental tendo o desconto gradativo. Não obstante, é necessário que o Ministério da Educação promova a conscientização acerca da questão mediante a palestras semanais em todas as redes de ensino. Com isso, espera-se que, doravante, os danos causados ao planeta sejam atenuados e o drástico futuro apresentado por Wall-E, contornado.