- 02 Nov 2023, 19:32
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Em sua obra "Ensaio sobre a cegueira", o escritor português José Saramago critica a falta de altruísmo e a despreocupação das pessoas com o bem-estar coletivo na contemporaneidade. Ao sair da ficção, nota-se a correspondência da obra com a realidade hodierna brasileira, uma vez que o etarismo e a invisibilidade vivenciados pelos idosos no território verde-amarelo representam problemas que ainda não recebem a devida atenção. Nesse contexto, deve-se analisar como a negligência estatal e a imposição de estereótipos impulsionam esse quadro, a fim de solucioná-lo.
A priori, faz-se notória a inoperância governamental como fator agravante do etarismo no Brasil. De acordo com o geógrafo Milton Santos, em sua obra "As Cidadanias Mutiladas", a cidadania atinge o seu ápice quando os direitos são homogeneamente desfrutados. Entretanto, a passividade do Estado distancia a população idosa dos direitos garantidos, a medida que ignora o cenário de vulnerabilidade presenciado por essa parcela social em detrimento de um viés capitalista, que direciona o enfoque aos indivíduos economicamente ativos, contribuindo para a invisibilidade dos idosos. Dessa forma, enquanto o Estado negligenciar suas responsabilidades, o problema pendurará e os direitos dos cidadãos continuarão a ser mutilados.
Por conseguinte, a população da terceira idade sofre com a determinação de estereótipos que subestimam suas capacidades. No filme “Castelo Animado”, produzido pelo Studio Ghibli, a feiticeira transforma a personagem Sophie em uma idosa com o intuito punitivo, retratando a velhice como limitação. Sob essa óptica, os idosos passam pelo processo de violência simbólica, conceituada por Bourdieu, a qual agride a honra e reconhecimento desse grupo perante a sociedade.
Segundo o médico neurologista Vitor Tumas, professor da USP, a taxa de depressão entre idosos se intensificou nos últimos anos, principalmente, pelo sentimento de inutilidade. Dessa forma, é imprescindível combater a imposição de estereótipos que invalidem essa minoria social, visto que é uma das causas principais da manutenção do problema.
Há, portanto, a urgência em solucionar a inercial problemática. Para isso, cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e ao Ministério da Educação, em parceria com prefeituras, promoverem a conscientização da população, mediante palestras e debates em escolas públicas de todos os municípios. Tal ação terá como finalidade o reconhecimento da contribuição e importância social dos idosos no país. Assim, à luz da perspectiva de Saramago, será mitigada a cegueira moral que permeia essa questão.
A priori, faz-se notória a inoperância governamental como fator agravante do etarismo no Brasil. De acordo com o geógrafo Milton Santos, em sua obra "As Cidadanias Mutiladas", a cidadania atinge o seu ápice quando os direitos são homogeneamente desfrutados. Entretanto, a passividade do Estado distancia a população idosa dos direitos garantidos, a medida que ignora o cenário de vulnerabilidade presenciado por essa parcela social em detrimento de um viés capitalista, que direciona o enfoque aos indivíduos economicamente ativos, contribuindo para a invisibilidade dos idosos. Dessa forma, enquanto o Estado negligenciar suas responsabilidades, o problema pendurará e os direitos dos cidadãos continuarão a ser mutilados.
Por conseguinte, a população da terceira idade sofre com a determinação de estereótipos que subestimam suas capacidades. No filme “Castelo Animado”, produzido pelo Studio Ghibli, a feiticeira transforma a personagem Sophie em uma idosa com o intuito punitivo, retratando a velhice como limitação. Sob essa óptica, os idosos passam pelo processo de violência simbólica, conceituada por Bourdieu, a qual agride a honra e reconhecimento desse grupo perante a sociedade.
Segundo o médico neurologista Vitor Tumas, professor da USP, a taxa de depressão entre idosos se intensificou nos últimos anos, principalmente, pelo sentimento de inutilidade. Dessa forma, é imprescindível combater a imposição de estereótipos que invalidem essa minoria social, visto que é uma das causas principais da manutenção do problema.
Há, portanto, a urgência em solucionar a inercial problemática. Para isso, cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e ao Ministério da Educação, em parceria com prefeituras, promoverem a conscientização da população, mediante palestras e debates em escolas públicas de todos os municípios. Tal ação terá como finalidade o reconhecimento da contribuição e importância social dos idosos no país. Assim, à luz da perspectiva de Saramago, será mitigada a cegueira moral que permeia essa questão.