Barão de Itararé, um dos criadores do jornalismo alternativo no período da ditadura no país, estava certo ao dizer, "O Brasil é feito de nós, só falta desatar os nós". Nesse sentido, o aumento da evasão escolar se apresenta como um dos nós a serem desatados, tendo em vista suas consequências para a sociedade. Nessa perspectiva, faz-se necessário avaliar os fatores que favorecem esse quadro. A educação é um fator fundamental para o desenvolvimento de um país.

Atualmente, ocupando a nona posição na economia mundial, seria razoável acreditar que o Brasil possui um sistema público de ensino eficiente. No entanto, a realidade é justamente o oposto e o contraste é claramente refletido no índice de abandono escolar. Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan SESI) revela que a evasão escolar afeta mais de 500.000 jovens acima de 16 anos por ano. Diante do exposto, é evidente a omissão do Estado em prover meios eficazes para solucionar esse problema. Além disso, é importante ressaltar a dificuldade de acesso à escola e a ocorrência de gravidez na adolescência como fatores que impulsionam o abandono escolar. Conforme Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XXI. Diante desse contexto, medidas devem ser tomadas para corrigir essa problemática.

Infere-se, portanto, que ainda existem muitos obstáculos a serem superados para garantir a consolidação de políticas que visem à construção de um país melhor. Dessa maneira, é urgente que medidas como o aumento do transporte escolar para áreas de difícil acesso, aumentar a quantidade de vagas nas escolas conforme a demanda, conceder bolsas de incentivo para pessoas de baixa renda ou em situação de pobreza extrema e palestras com oficinas motivacionais, são meios para que a evasão escolar configurada como um nó no país, seja desatado.