Sob o olhar do escritor e político Darcy Ribeiro, “A coisa mais importante para os brasileiros é inventar o Brasil que nós queremos”. No entanto, essa busca por uma sociedade mais equitativa e próspera ainda se encontra distante da realidade, ao observar a persistência dos casos de dengue debatidos no Brasil. Diante desse panorama, a indigência governamental e a falta de responsabilidade social são fatores que sustentam essa problemática.
De início, é imprescindível ressaltar a desassistência do poder público como agravante da insistência dos casos de dengue no Brasil. A Constituição Federal de 1988 é um marco legislativo importante, que estabelece diretrizes e garantias, visando assegurar os direitos humanos e sociais dos cidadãos. Contudo, o governo permanece omisso na efetivação desse princípio, devido à escassez de investimentos em políticas públicas que combatam a falta de recursos adequados para garantir a plena qualidade de vida da sociedade, além de mitigar as falhas cometidas pelo Ministério da Saúde, o que deixa a população mais vulnerável ao mosquito Aedes aegypti. Portanto, sendo o Estado promotor do bem-estar social, como defendeu o filósofo americano John Rawls, é inconcebível relegar a saúde a segundo plano.
Ademais, é imperioso destacar a falta de responsabilidade social como um fator no combate à epidemia de dengue, a qual vem se agravando persistentemente no Brasil. De acordo com Albert Einstein, físico e matemático, “O mundo não será destruído por aqueles que fazem mal, mas por aqueles que os observam sem fazer nada”. É inegável que o governo tem plena responsabilidade no combate à dengue, no entanto existe uma questão da conduta da sociedade brasileira, que necessita ser trabalhada, para que haja uma conscientização efetiva na prática. A colaboração da população é fundamental para reduzir a circulação do mosquito, pois não se pode separar as ações governamentais das iniciativas individuais. Assim, corrigir essa dinâmica é fundamental, somente com esforço coletivo será possível controlar a epidemia e proteger a saúde de todos.
Portanto, o Governo Federal, responsável pelo Ministério da Saúde, deve implementar práticas de prevenção e controle no combate à proliferação do mosquito-da-dengue, mediante técnicas usadas para monitorar e controlar os mosquitos, por meio de inspeções feitas pelos agentes de vigilância rotineiramente às residências, além de um trabalho educativo para conscientizar a população por meio de campanhas informativas e programas de educação em saúde. Bem como, cabe à sociedade se mobilizar em prol de um esforço conjunto, participando ativamente dessas iniciativas e colaborando com as autoridades de saúde para reduzir a incidência da epidemia. Dessa forma, o Brasil estaria mais próximo de alcançar o pensamento delineado por Darcy Ribeiro.