A obra Mulheres, raça e classe, da filósofa Angela Y. Davis, retrata como o movimento feminista tradicional ignora geralmente as demandas das mulheres negras. Entretanto, no Brasil, esse conceito tem sido cada vez menos aplicado, visto que o feminismo negro ao longo da história vem sofrendo com racismo e opressão de gênero. Desse modo, é necessário analisar tal quadro que demanda ações para revertê-lo, sobretudo a representatividade como ferramenta de mudança e a importância da educação antirracista e feminista.
 
Em primeiro lugar, sabemos o quanto é necessário o reconhecimento das mulheres negras na sociedade e em espaços de poder por ser essencial para construir uma comunidade igualitária e justa, onde podem contribuir para a visibilidade de suas pautas. Porém, no Brasil, ainda é uma pequena parcela que chegou a esses cargos, visto que ainda existe um grande preconceito enraizado no país, limitando suas oportunidades. Do mesmo modo, este fato acontece em outras partes do dia a dia, seja no mercado de trabalho ou na vida pessoal, continua sendo um problema contínuo no mundo que já deveria ter sido solucionado há anos. Logo, é fundamental que a representatividade negra em diversos setores venha quebrar barreiras
estruturais e inspirar novas gerações.

Além disso, é de extrema importância o debate da educação antirracista no colégio, uma vez que a escola é o ambiente perfeito para a desconstrução de esteriótipos racistas. No entanto, a ausência e a resistência de algumas instituições no ensino de valorização da história e da cultura afro-brasileira estão alienadas diretamente com a desigualdade social e o preconceito. Nesse sentido, a implementação efetiva da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório esse ensino foi um dos passos importantes, entretanto não o suficiente.

Portanto, para tal problemática ser resolvida, algumas medidas são necessárias. Então o governo como responsável pela implementação de políticas públicas afim de garantir direitos e oportunidades, deve incentivar a representatividade na política criando cotas e financiamentos públicos para suas campanhas. Além disso, a formação de professores para abordar o feminismo negro e e o racismo estrutural, tendo em vista que não tem professores preparados para isso. Somente assim a desigualdade diminuirá trazendo novos caminhos para essa população