Na produção teórica de Milton Santos, enxergamos uma teoria geográfica do espaço, um conjunto coerente que nos permite ultrapassar a forma e compreender a essência, a estrutura e os processos, as formas-conteúdo. A elaboração de novos conceitos e categorias foi deveras frutífera e reclama ainda muita reflexão. Abordando questões como a influência do território sobre as pessoas, Milton revolucionou o estudo da geografia no País.
Diante desse cenário, convém analisar a ineficiência do poder executivo e direito das pessoas às ações políticas para a perpetuação desse problema. Segundo a reportagem da Agência do Brasil, a disputa territorial entre Venezuela e Guiana Essequiba, é um exemplo clássico de conflito de fronteiras que ainda não foi resolvido, e continua a ser um tema de tensão entre os dois países. Violando a teoria da geopolítica defendida por Milton Santos.
Ademais, é de grande importância entender a maneira como a negligência estatal interfere na problemática. O sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein argumenta que as disputas territórios são uma forma de resistência às estruturas de poder globais, onde os grupos marginalizados (excluídos) buscam reivindicar seus direitos e territórios. Logo, essa "marginalização" mencionada por Wallerstein contribui para o sustento da contestação dificultando a promoção de mudanças que possam descontraído esses estigmas.
Portanto, é imperativo que medidas sejam tomadas para combater tanto a ineficiência do poder executivo quanto a negligência estatal que perpetuam esse revés. Desse modo, o governo federal, responsável pela garantia de direitos, deve implementar políticas públicas mais robustas que garantam a acessibilidade em todas as esferas cotidianas, por meio da ampliação de investimentos e da fiscalização rigorosa do cumprimento das leis já existentes, a fim de que haja união entre países no corpo social, objetivando reduzir as disputas. Concomitantemente, as grandes mídias devem elaborar campanhas informativas, por intermédio de vídeos, programas e propagandas, com o intuito de formar países mais empáticos, diminuindo, por conseguinte, os conflitos desde a base.