No ponto de vista do filósofo francês Michael Foucault, a normalização torna o meio social desprovido de reflexão crítica. Nesse contexto, nota-se que tal pensamento se molda na contemporaneidade, posto que as discussões relacionadas aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil são negligenciadas. Dentro dessa lógica, é nítido que a omissão governamental e a pouca visão midiática são fatores que agravam essa realidade.
Antes de tudo, percebe-se que há um evidente descaso governamental em torno dessa questão. Dado que o artigo terceiro da Constituição Brasileira menciona que a garantia do desenvolvimento nacional é um dos objetivos a serem alcançados pelo país. Contudo, essa premissa constitucional parece ter sido esquecida por nossos estadistas, visto que são mínimos os esforços para enfrentar os desafios relacionados a valorização da herança dos africanos no Brasil, que é um obstáculo ao progresso brasileiro. Tal situação pode ser evidência, pela falta de estrutura das escolas públicas, que negligenciam o estudo da formação sociocultural, principalmente quando é pautado questões históricas envolvendo os negros no Brasil, que acaba comprometendo o reconhecimento das culturas de nossos ancestrais. Nesse cenário, a gata de combate a essa problemática afasta o Brasil da meta de promoção da evolução, já que esse entrave promove a invisibilidade dos princípios deixado pelos povos africanos na sociedade brasileira, prejudicando as futuras gerações.
Ademais, a falta de visibilidade midiática sobre a herança deixada pelos africanos no Brasil faz com que haja barreiras para extirpar o empecilho do estado. A esse respeito, a filósofa Djamila Ribeiro diz que o primeiro passo para solucionar um problema é reconhecê-lo, o que evidência o impacto dessa omissão. No Brasil, onde os meios de comunicação exercem grande influência na formação de hábitos culturais, a ausência de debates sobre as culturas afro-brasileiras contribuem para a marginalização do acesso ao conhecimento. Essa situação se agrava à medida em que o foco das emissoras recai sobre conteúdos de entretenimento, deixando de lado as informações como valorizar os costumes de nossos descendentes. Sendo assim, ao negligenciar a promoção de informações a mídia reforça barreiras para propagar essa realidade, o que torna urgente a ampliação da valorização da herança africana no Brasil, com intuito de amenizar os impactos da omissão midiática.
Portanto, infere-se a necessidade de combater os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. Dessa forma, o Governo Federal - órgão de maior poder brasileiro - deve promover a criação de políticas públicas, por meio de leís que assegure diretos as pessoas afro-brasileiras, com intuito de que haja maior igualdade entre os povos. Além do mais, o Ministério da Educação por intermédio das escolas públicas, deve fornecer capacitação aos profissionais para que possam lecionar matérias relacionadas a formação de valores raciais. Com a implementação dessas medidas, evita-se a normalização que, segundo Foucault, priva o meio social de reflexão crítica.