Na obra "utopia", do escritor inglês Thomas More é retratada uma sociedade perfeita, distante de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, tendo em vista que os desafios para a valorização da herança africana no Brasil apresentam impasses para concretizar o ideal de More. Assim, fatores como a negligência governamental e a desigualdade social acercam a problemática do tema.
Em primeira análise, a negligência governamental é a principal causa do problema. Paulo Freire defende em sua tese que "A educação é a arma mais poderosa para combater o mundo", porém, numa sociedade a qual o governo se faz negligente ao não tratar assuntos importantes, tal como a influência da herança africana na atual cultura brasileira, torna-se inviável que os jovens aprendam sobre. Logo, é disseminado entre as gerações um ciclo de desinformação e preconceito.
Ademais, a desigualdade social é um agravante. Criada com o intuito de garantir os direitos fundamentais de todos os cidadãos, a Constituição Federal de 1988 não assegura que pessoas afro-descendentes desfrutem de seus direitos como as demais. Nesse sentido, uma vez que não as são ofertadas oportunidades suficientes, as mesmas tendem ofuscar sua cultura, na tentativa de se encaixar aos padrões estabelecidos socialmente, evitando assim, maior exclusão.
Em suma, entende-se que a temática merece intervenção. Portanto, a mídia junto de um projeto estatal com o Ministério Público, irá por meio de programas televisivos de grande audiência discutir o assunto com profissionais especializados nas áreas da educação e da cultura, para que eles apresentem as reais causas do problema e orientem os telespectadores. Isso resultará na conscientização da população, bem como no possível implantamento de políticas públicas que visam valorizar a herança africana no Brasil.