A obra "utopia" do escritor Thomas More retrata a idealização de uma sociedade perfeita, onde há a ausência de conflitos e problemas. Entretanto, a realidade brasileira se mostra distante da obra utópica, tendo em vista que após 500 anos de história ainda é presente no país a desvalorização de povos de origem africana e suas heranças. Dito isso, é importante se analisar como os estigmas sociais e a negligência governamental contribui para a penduração dessa temática.
Primeiramente, é interessante destacar como a ignorância por grande parte da população influencia na desvalorização da herança africana. De acordo com o sociólogo Karl Marx em sua teoria de "silenciamento dos discursos", algumas discurssões são omitidas do corpo social. Sob a ótica do sociólogo, a falta de conscientização por grande parte dos indivíduos a cerca do tema se dá pela falta de discursões sobre a importância da herança africana na cultura brasileira.
Além disso, a omissão estatal colabora no aumento dos desafios a cerca do problema. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman utiliza o termo "instituição zumbi" para simbolizar as entidades que não cumprem o seu papel previamente estabelecido. Conforme o raciocínio, o descanso do poder executivo para a população afro-brasileira, atinge diretamente a valorização da herança africana, visto que muitas pessoas sejam privadas de expor a cultura da africa para o país devido a má realidade em que se vive, abandonadas pelo poder público.
Portanto, é necessário que o Governo Federal, órgão responsável pelo bem-estar social, em parceria com o ministério da cultura, promova campanhas de reconhecimento a todo o legado deixado pelos africanos no país, através das instituições de ensino e mídias sociais, com o intuito de divulgarem a importância da cultura afro-brasileira para a construção e história do país, a fim de que a sociedade brasileira seja reeducada para mais consciência e menos preconceito.