A Constituição Federal De 1988, norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro, garante direitos importantes aos indivíduos, como ao meio ambiente. No entanto, nota-se a desvirtuação dos princípios constitucionais, uma vez que as consequências das mudanças climáticas nos povos nativos, configura um grave cenário a ser enfrentado no país. Nesse sentido, hão de ser analisadas as causas que corroboram para essa situação: a deficiência jurídica e a mentalidade capitalista.
A esse respeito, segundo o historiador Michel Foucault, "o sistema penal reflete as relações de poder e como frequentemente a legislação falha em proteger os direitos humanos dos indivíduos." Nessa ótica, os ideias do teórico social francês se aplicam a realidade vigente, já que os direitos ambientais atribuídos aos indígenas não são assegurados. Todavia as regulamentações que visam o equilíbrio do ecossistema, como as leis dos crimes ambientais e a lei da demarcação de terras indígenas que define os seus territórios e também protege a natureza de intervenções humanas, são aplicadas apenas de maneira teórica, posto que os desastres ambientais como desmatamentos e queimadas, ocorrem com frequência nas comunidades nativas e ocasionam mudanças climáticas que desestabilizam as formas de sustentabilidade das comunidades, como a pesca e a caça. Diante disso, em virtude das lacunas legislativas os casos de infrações ambientais, como as queimadas clandestinas, aumentam em proporção direta às mudanças climáticas que afetam diretamente os povos originários, pois os quadros de temperaturas extremas e estações indefinidas, interferem nas suas formas de sobrevivência, como vegetação e também nos seus aspectos socioculturais.
Ademais, compreende-se que o óbice se instalou na nação devido à perspectiva mercadológica. Sob esse viés, conforme o filósofo sêneca, "para a ganância, toda natureza é insuficiente". Nessa conjuntura, tendo em vista os pensamentos do humanista, é perceptível que tal situação é resultado de uma ideologia lucrativa que visa o capital em detrimento da devastação da natureza, fomentando a instabilidade do ecossistema que reage de maneira negativa nas comunidades nativas. Em razão disso, esse quadro é consequência da ausência de recursos naturais aos povos indígenas, que devido às ações antrópicas capitalistas, como atividades agropecuárias extensivas e da extração de minérios, exploram grande parte dos territórios e poluem desenfreadamente. Nesse ínterim, ocasionam inúmeras interferências climáticas, as quais causam secas extremas e climas desfavoráveis para o plantio nos territórios, além das práticas de caça e pescaria, que são impactadas pela perda de biodiversidade e desequilíbrio nos meios aquáticos. Porquanto, devido a ausência de recursos naturais e de um ambiente equilibrado , impulsionados pelas mudanças climáticas, isso resulta na diáspora indígena.
Entende-se, portanto, a temática como obstáculo, inerente a raízes legislativas e capitalistas. Logo, o Congresso Nacional, órgão que cria e modifica o ordenamento jurídico com aprovação do presidente da república, deve realizar uma reforma nas leis que versem a ineficiência legislativa, por meio de emendas e modificações, com a finalidade de assegurar as leis ambientais nos territórios indígenas. Além disso, o Ministério da Comunicação, instituto que regula os serviços de telecomunicação, deve elucidar a mentalidade capitalista, por meio de propagandas e campanhas explicativas, para promover a visibilidade dos casos de devastação com objetivos lucrativos.

Eiii! Sua redação sobre os impactos das mudanças climáticas nos povos indígenas está super relevante! Na Competência 1, você usou bem a norma-padrão, com apenas pequenos deslizes (nota 160). Na Competência 2, você abordou o tema de forma clara e articulada, mas poderia enriquecer com mais exemplos práticos (nota 160). Na Competência 3, seus argumentos estão bem estruturados, mas poderiam ser mais diversos (nota 160). Na Competência 4, há boa coesão e coerência, mas algumas transições poderiam ser mais suaves (nota 160). Na Competência 5, sua proposta de intervenção é bem detalhada e respeita os direitos humanos, mas poderia especificar melhor os agentes responsáveis (nota 160). Nota geral: 800.