O aumento do uso das redes sociais no Brasil, com 90,8% dos usuários de internet ativos nessas plataformas, revela uma tendência alarmante: a crescente influência digital sobre as pessoas. Segundo o sociólogo Jean Baudrillard, a sociedade transita de um estágio de produção para um de simulação, no qual a realidade é substituída por imagens, símbolos e representações. Sob essa perspectiva, as consequências dessa influência no ambiente digital podem continuar a se agravar ao longo do tempo, tanto na dispersão de fake news quanto na manipulação comportamental, fatores que devem receber mais atenção popular e governamental.
Nesse contexto, um dos principais perigos da influência digital no Brasil ocorre por meio da propagação de fake news. A facilidade com que conteúdos são divulgados e compartilhados nas redes sociais torna a desinformação um grave problema na sociedade brasileira, especialmente em períodos eleitorais e de crises de saúde pública. A pandemia da COVID-19 evidenciou esse cenário, já que a disseminação de informações falsas sobre a vacina prejudicou o combate à doença. A ausência de uma cultura generalizada de verificação de fatos contribui para que parte da população seja manipulada e tome decisões baseadas em conteúdos enganosos.
Ademais, outros fatores que corroboram o impacto digital sobre os indivíduos são os influenciadores digitais, popularmente conhecidos como "blogueiros". Esses influenciadores podem atuar no ramo de marketing, oferecendo sugestões e dicas, mas também podem contribuir para o descontrole financeiro e emocional. Nesse contexto, a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi afirma que "não adianta usar como exemplo pessoas que vivem em outra realidade, pois isso pode causar frustração em nós mesmos, por nunca conseguirmos fazer coisas parecidas", evidenciando a problemática dessa situação. A partir disso, é fulcral pontuar que o problema deriva da falta de conscientização da população, que muitas vezes normaliza esse cenário, dado que há uma carência de debates sobre o tema.
Portanto, torna-se essencial mitigar os obstáculos ligados à influência no meio digital. Nesse sentido, compete ao Estado e às plataformas digitais conscientizar a população, tanto por meio da implementação de políticas e do controle da circulação de informações, quanto pela promoção de entendimento e moderação de conteúdos, em colaboração entre esses dois eixos. Essas ações, executadas por meio de palestras, propagandas e controle do manuseio de informações, visam proporcionar maior conhecimento e sensibilização à sociedade. Assim, espera-se que a influência no meio digital se torne cada vez menos grave no Brasil.