Segundo a filósofa francesa, Simone de Beauvoir, "o mais escandaloso dos escândalos é quando nos habituamos a eles". Nesse sentido, nota-se que a afirmação da pensadora se concretiza na atualidade, haja vista que a insegurança alimentar no Brasil, é um entrave banalizado pela contemporaneidade. Desse modo, convém ressaltar que essa realidade não ocorre só pela inércia governamental, mas também pela desigualdade social.

Nesse cenário, é válido destacar que a omissão estatal, agrava a erradicação da fome. Consoante o Contrato Social, do teórico Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir os serviços necessários para o bem-estar da população. No entanto, em solo brasileiro, há uma ruptura desse tratado, visto que a falta de acesso a alimentos, resulta no aumento da pobreza e miséria. Desse modo é perceptível a inércia governamental, pois a perpetuação de brasileiros desguarnecidos ainda acontece, concretizando a afirmação da pensadora.

Ademais, é preciso explorar o quesito sociocultural e suas implicações da desigualdade social. Consoante Banalidade do Mal, da filósofa alemã Hannah Arendt, os seres com poder aquisitivo maior, banalizam aqueles considerados inferiores, resultando em sua marginalização. Entende-se então que a desnutrição dos brasileiros, é banalizada pelo Governo, impedindo-os de uma refeição adequada. Percebe-se que as causas da fome vêm da exploração coletiva e econômica, tornando-se um escândalo.

Portanto, é imprescindível mitigar esse quadro alarmante da insegurança alimentar no Brasil. Cabe, ao Governo Federal, aumentar os valores de auxílios e equilibrar o sistema tributário, por meio de políticas públicas que visam a eliminação da desnutrição, por meio da distribuição emergencial de recursos e mantimentos, para a população ter acesso a alimentos de qualidade, a fim de encerrar a volta ao mapa da subalimentação. Somente assim, a sociedade verde-amarela viverá longe da problemática apresentada e de escândalos.