A filósofa brasileira Djamila Ribeiro afirma que o primeiro passo a ser tomado para solucionar uma questão é tirá-la da invisibilidade. De forma análoga, no contexto atual do Brasil, a questão da insegurança alimentar enfrenta a falta de destaque no país, uma vez que a situação da insegurança alimentar não é visível na atual realidade do país. Nesse contexto essa problemática ocorre em virtude da negligência governamental e da má influência midiática.

Diante desse cenário, é preciso atentar que o descaso estatal é um fator agravante para vulnerabilidade alimentar. Segundo o filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir o bem-estar da população. Sob esse viés, a omissão governamental se relaciona a insegurança alimentar, pois o governo não cumpre com seu papel de investir em políticas públicas que garantem o bem-estar da comunidade. Desse modo, as necessidades básicas são cada vez mais negligenciadas.

Além disso, a falta de abordagem da temática nos meios de comunicação intensifica a gravidade do problema. Para Sartre, toda palavra tem consequência, todo silêncio, também. Sob essa óptica, essa conjuntura pode ser observada no papel que a mídia possui na luta contra a insegurança alimentar. Dessa forma, auxilia na falta de divulgação, contribuindo para a perpetuação do problema.

Portanto, é necessário que essa situação seja resolvida com urgência. Com o fito de sanar a vulnerabilidade existente no problema, o governo — na posição de órgão responsável por garantir a condição e existência de todos — deve prover apoio financeiro a população, por meio de investimentos e pelo exercício das leis, de forma que todas as pessoas tenham acesso a alimentos de qualidade. Assim, será possível solucionar esta questão, pois será retirada do cenário de invisibilidade, como propõe de Djamila.