Nas palavras do escritor brasileiro Fernando Pessoa, "A ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são". No entanto, tal prerrogativa não se tem refletido quando se observa que a população brasileira enfrenta problemas com a falta de autenticada e emoção das obras produzidas por programas de inteligência artificial, que retiram a autoria de artistas e os padronizam para o mercado. Com isso, essa situação problemática ocorre, principalmente, em decorrência da ineficiência pública e do advento do positivismo como a única forma de verdade.

A princípio, é fundamental avaliar o quanto que o Estado influência a cultura do país, e assim, contribui para o agravamento desse imbróglio. O artigo 215 da Constituição Federal de 1988 garante a todos o pleno exercício dos direitos culturais, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações de costumes. Entretanto, na prática, nota-se o contrário, pois o Governo Federal não cria leis de proteção para os indivíduos que se sentem inseguros quanto a sua segurança na internet com o advento da IA, eles têm as suas artes e vozes usadas para a educação desses aplicativos. Por conseguinte, essas tecnologias uniformizam as suas individualidades para a venda de baixo custo sem que sejam devidamente ressarcidos, desvalorizando o trabalho manual e artístico.

Em segundo lugar, vale ressaltar, que a troca da teoria crítica pela teoria tradicional, com a razão em primeiro lugar, surge como outro grande problema. Conforme o livro "A Dialética do Esclarecimento" de Adorno e Horkheimer, a indústria cultural é uma consequência do iluminismo, que tinha a teórica científica como base para explicar a realidade, com isso a mídia e os meios de produção são igualados para o consumo, que seriam a única forma de lucro vista depois dessa época. Nesse sentido, a expressão da humanidade entra em decadência com a utilização de "big datas", perdendo o contato com os valores humana e criando um corpo social não crítico que faz parte da máquina de dominância. A falta de seguridade dessa ordem ocasiona o desemprego de artesãos, dubladores e pintores, que são obrigados a se adaptar a nova realidade homogênea.

Portanto, é imprescindível que ações sejam tomadas para a resolução desse obstáculo. Para isso, o Ministério da Cultura — órgão responsável pelo planejamento e pela execução das políticas nacionais de cultura e de artes — deve criar leis de defesa aos criadores artísticos nacionais, por meio de campanhas e departamentos para denúncias de "machine learning" que usam sem permissão as demonstrações estéticas, para que os usuários da rede interligada de computadores não sejam enganados quanto a procedência do conteúdo que utilizam. Além disso, cabe ao Ministério da Educação — instituição que promove políticas educacionais — investir em formação continuada, por meio de debates e palestras, para que os professores sejam multiplicadores em sala de aula no que concerne à criticidade da população em não se juntar com massa capitalista de consumo e valorizar o talento popular.

Eiii! Sua redação trouxe uma análise bem interessante, relacionando IA à desvalorização da arte no Brasil. Olha só, no geral, você usou bem a Norma-Padrão, mas tem alguns errinhos que podem ser ajustados, tipo "autenticada" que é "autenticidade" (C1: 160). Você abordou bem o tema proposto, trazendo referências como Adorno e Horkheimer, super legal! A estrutura dissertativa-argumentativa tá direitinha (C2: 160). Seus argumentos são claros, mas podia aprofundar mais a questão dos direitos humanos no contexto da IA (C3: 160). A coesão tá boa, mas algumas transições, como "por conseguinte", poderiam ser mais naturais (C4: 160). A proposta de intervenção foi bem articulada e completa com agentes e ações claras, adorei isso (C5: 200). Nota 840.