Na obra "O cortiço" do célebre escritor Machado de Assis, retrata-se a árdua realidade de brasileiros do século 19 que viviam em lares insalubres e, a maioria deles não possuía registro civil em decorrência das precárias condições vividas. Analogamente, o Brasil sofre com a falta de acesso que indivíduos carentes têm de adquirir a documentação cidadã devido a duas principais causas: Inadimplência estatal e omissão midiática.
Sob essa ótica, o Governo não viabiliza políticas públicas que mobilize a comunidade para se registrar, pois apesar de ser gratuito, a desinformação acerca da importância do Cadastro de Pessoa Física(CPF) torna difícil a amplitude no alcance das pessoas que devem acessá-lo. Assim, esse cenário se assemelha ao pensamento do exímio sociólogo Thomas Hobbes de que o Estado é o responsável pelo bem-estar social, logo, isso não condiz com as ações políticas na melhoria do cenário.
Ademais, outra perspectiva a analisar é a omissão midiática sobre a questão, tornando o empecilho praticamente nulo aos olhos da sociedade. De modo semelhante, o célebre pensador Platão criou "O mito da caverna" em que a escuridão da caverna impedia as pessoas ali dentro de enxergar a realidade. Assim, no plano midiático há comparação com a obra de Platão no que tange a cegueira da realidade, tal fato tornou-se comum à sociedade por banalizar a informatização das notícias.
Portanto, medidas devem ser tomadas à princípio do Estado, em garantir a ampla repercussão da relevância de se registrar, por meio de palestras e principalmente, da fiscalização federal em todos os estados para certificar-se dos direitos cidadãos à quem necessita deles. Também, vale inserir a mídia como fundamental na divulgação de mensagens ao público para possuir documentos e garantir sua cidadania, por intermédio das redes sociais e mobilidade social na construção do acesso igualitário de registro.