No livro "Sociedade do cansaço", Byung-Chul Han aborda o estado de esgotamento físico e mental das sociedades como um todo. Dentre alguns dos fatores apontados pelo autor, o desequilíbrio entre a produtividade - que satisfaça a sanha do modelo capitalista aplicado de maneira mais agressiva - , e a necessidade de descanso, lazer e qualidade de vida em geral contribuíram para a situação que hoje já tem sido encarada como uma epidemia de transtornos da saúde mental dos indivíduos.
Nesse cenário, convém considerar que, indistintamente, a globalização exportou modelos e relações de trabalho que em economias mais favorecidas do globo, já preconizavam o lucro acirrado em detrimento de condições dignas aos aderentes desses modelos. Importando também arguir que os resultados danosos dessas práticas podem se perpetuar em países com histórico de exploração e altos índices de informalidade no que tange ao mercado de trabalho.
outrossim, mesmo as relações de trabalho protegidas pela legislação (âmbito em que se espera a salvaguarda dos direitos e garantias dos indivíduos, que fora deliberado na Constituição Federal de 1988) não garantem ao trabalhador o pleno gozo dos direitos como lazer, dignidade, bem-estar. Neste sentido, pertinente apontar o projeto de autoria da Dep. Federal Érica Hilton, que na contramão do culto à produtividade d da sociedade pós moderna tradicionalmente praticada.
Portanto, há de se concluir que o caminho para a convergência entre trabalho e bem estar social está longe de ser facilmente resolvido, ou mesmo, debatido. No entanto, conforme prevê Byung - Chul Han, e tantos outros pensadores modernos, é o único caminho.