A Lei nº 9.215/1946 estabelece o fechamento de todos os cassinos no Brasil e proíbe os jogos de azar de modo geral. Entretanto, mesmo diante dessa proibição, é possível observar que as apostas continuam fortemente presentes no cotidiano brasileiro, especialmente por meio das plataformas digitais. Essa prática, além de gerar prejuízos financeiros significativos, pode causar danos irreparáveis à vida familiar dos usuários.
A ludopatia se apresenta como um risco à saúde pública brasileira. Nesse sentido, o filósofo Zygmunt Bauman, em sua obra A Sociedade Líquida, alega-a como fluida, adaptando-se às suas possibilidades mais confortáveis e que apresentem melhor recompensa de forma mais rápida e fácil. Embora o país estabeleça uma postura contra a prática de jogos de azar, presencia diariamente a divulgação desse costume como algo corriqueiro e cotidiano, exibindo um perfil quase inofensivo para a população. Muitas vezes, a população acaba aderindo à prática desse tipo de jogo, adaptando-se de forma corriqueira a uma fonte de renda e prática cotidiana, abrindo as portas para uma possível dependência.
O vício que os jogos de azar exercem diante das famílias brasileiras causa um dano muitas vezes irreparável, tanto financeiro quanto psíquico, para a vida do usuário e de seus familiares. O filme Até que a Sorte nos Separe explora a imagem de uma família que vive um drama diário, expondo desde a irresponsabilidade financeira até a ideia de dependência em jogos de aposta, vivendo em um looping de instabilidade. Embora a obra tenha o interesse de divertir o telespectador, quando essa idealidade é posta em uma pessoa real, toma consequências catastróficas, tornando-se também um risco para a saúde pública brasileira, colocando-se como um verdadeiro pesadelo para quem vivencia essa prática por qualquer membro da família, desestruturando lares e causando prejuízos psíquicos graves, que precisam ser tratados com urgência.
Portanto, é necessário diminuir a prática de jogos de azar. Para isso, agentes como a OMS, em parceria com o Ministério da Saúde, devem se posicionar com campanhas de conscientização para o entendimento da população em sua totalidade, por meio de mídias televisivas, digitais e presenciais em escolas públicas e privadas de todo o país, a fim de melhorar a situação brasileira, informando a população sobre os riscos que o vício pode causar em suas vidas, oferecendo canais de apoio psicológico e incentivando a busca por tratamento, respeitando os direitos humanos e a dignidade dos afetados. Logo, o vício por jogos de azar é um grande risco para a população, desestabilizando cadeias desde as famílias brasileiras até mesmo a economia do país, necessitando de uma solução e posicionamento de autoridades responsáveis de forma urgente e funcional.