Na música "Corra", o cantor Djonga aborda a violência e o preconceito sofrido pelos povos africanos durante o período de formação do Brasil, em uma das passagens, o compositor diz "Sem meu povo tudo não existiria". Tal reflexão retrata a realidade da sociedade brasileira, que apesar de ter grande parte de seus costumes herdados da cultura africana, apresenta diversos desafios para a valorização da então cultura afro-brasileira. Esses problemas são gerados em maioria por atitudes e ideologias racistas, bem como uma depreciação histórica sofrida pelas práticas culturais originadas dessa comunidade.
A princípio, é importante ressaltar que um dos maiores motivos do preconceito no Brasil, são os vestígios do Darwinismo Social, teoria eugenista que era utilizada pelos colonizadores europeus como base para justificar a dominação do território africano, partindo da crença de que os povos que habitavam esse território eram menos civilizados. Tal atitude fez com que os saberes, vontades e ritos africanos fossem menosprezados naquela época e seguissem até a atualidade assim.
Além disso, outro fato que prejudica a valorização da cultura desses povos são os resquícios da marginalização sofrida por essa etnia. Os quais podem ser observados ao analisar o preconceito com os costumes africanos, como o Candomblé e o uso da planta Cannabis no Brasil, que era utilizada pelos povos dessa raça como método terapêutico e recreativo. A prática desses atos era considerada no período pós-abolicionista como "vadiagem" pelas leis e população brasileira e atualmente ainda são alvo de visões preconceituosas.
Portanto, é necessário que o Estado fiscalize e puna essas atitudes racistas, pode fazer isso por meio de organizações voluntárias, com o papel de fiscalizar tais atos. Além disso, é necessário um endurecimento das leis que abrangem a proteção da comunidade negra em solo brasileiro, isso pode ser feito junto ao Ministério da Justiça. Dessa forma, o Brasil conseguirá se ver livre do preconceito com a herança de costumes africanos e caminhará para uma vida menos amarga na terra que é casa da cana-de-açúcar.