Na obra fascinante "Alice no País das Maravilhas", escrita por Lewis Carroll, a personagem Alice embarca em uma aventura, substituindo os problemas do mundo real pelos encantos de um universo imaginário. Para além da literatura, certamente seria agradável ter um mundo alternativo que permitisse uma fuga da realidade brasileira, especialmente no âmbito relacionado ao cuidado com o meio ambiente. Nesse obstáculo social, edifica-se um cenário complexo que traz consigo o descaso com o descarte do lixo e pouca responsabilidade em relação às doenças geradas por isso.Inicialmente, vale ressaltar que essa problemática ocorre devido à negligência estatal e à indiferença midiática. O sociólogo Émile Durkheim dizia, uma vez que abrimos a porta para as exceções, é difícil fechá-la. Nota-se que, assim como pontuou o sociólogo, deparamos com tal atitude governamental, com cada parte jogando a problemática para a outra e deixando tal descaso à mercê da sorte.Além disso, um importante aspecto a ser considerado é a falta de opções para o descarte de lixo, levando muitas vezes ao uso do meio mais conveniente e econômico, mas incorreto, que é o descarte em ambientes afastados da cidade. Isso expõe o lixo a várias intempéries, ocasionando todo tipo de malefícios, desde doenças até a contaminação dos lençóis freáticos. Sob essa ótica, é evidente que, sem políticas públicas para contornar esses problemas, mais prejuízos terá nosso meio ambiente.Conclui-se, portanto, que ainda existem obstáculos para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Dessa maneira, é urgente que o Poder Executivo, mais precisamente o Ministério do Meio Ambiente, tenha a responsabilidade e o dever de criar políticas com o claro objetivo de conscientizar a população sobre a importância do cuidado com o meio ambiente para todos. Deve haver maior fiscalização e penas mais rígidas para quem descumprir tais normas, somente assim será possível criar um ambiente tão agradável quanto o mundo fantástico de Alice.