"Nada é permanente, exceto a mudança". Essa frase do filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso pontua bem as constantes mudanças por que passa a sociedade brasileira atual, especificamente no âmbito social, no que tange aos desafios para a valorização da herança africana no país. Tal conjuntura incita um maior engajamento do Poder Público e da mídia para o arrefecimento dessa problemática.
Em primeiro plano, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais como promotora dessa lacuna. Assim, segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Diante disso, a negligência governamental sobre a própria raiz brasileira é uma barbaridade que transforma-se em desigualdades e em preconceitos. Em consequência, se nem a "máquina pública" valoriza e protege essa herança, é óbvio que a sociedade não terá punho para lutar por sua história. Dessa forma, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Além disso, a permanência dessa intempérie perdura devido à falta de abordagem midiática sobre o assunto. Nesse contexto, é válido mencionar a tese sobre o "silenciamento dos discursos", proposta por Karl Marx. Desse modo, de acordo com o sociólogo, os veículos de comunicação de massa realizam uma proposital exclusão de certos temas por eles tratados, com objetivo de mascarar graves mazelas da sociedade. Nessa perspectiva, segundo o dito por Marx, as mídias atuais pouco veiculam notícias relacionadas à cultura africana e sua vasta participação na história do país. Por isso, uma pequena parcela do povo reflete sobre esse assunto e, consequentemente, deixa de exigir que medidas sejam tomadas. Diante do exposto, clama-se uma breve solução, visto que esse descaso midiático impede que parte dos brasileiros tenham acesso a sua origem.
Urge, portanto, que o Governo Federal, órgão responsável por administrar todas as diretrizes do país, invista em programas sociais, por meio de quantias monetárias para diversas instituições, em busca de ampliar o raio de informação. Posto isso, tal ação deve ter o fito de mediar as precariedades e as omissões enfrentadas pela cultura africana. Logo, é substancial que a mídia, veículo digital de comunicação que incorpora valores e posturas, promova campanhas, por intermédio de comerciais e palestras, que tenham como finalidade enfatizar a herança e diversidade de matriz africana que o país detém. Com essas medidas, a problemática em questão será amenizada gradualmente em prol de um Brasil melhor. Afinal, parafraseando Heráclito, a mudança deve ser o princípio fundamental de tudo.