No poema “O bicho” de Manuel Bandeira, retrata um homem que vive em meio ao lixo e a imundície, perdendo seu sentido de “humano” para passar a ser representado como um animal de rua, esse homem era apenas um morador de rua faminto, que, assim como apresentado no poema “Não examinava nem cheirava, engolia com voracidade.” De forma análoga, vemos muitos adultos e crianças vivendo essa exata situação do poema na sociedade atual, sofrendo de falta do básico e violências. Assim, mostra- se relevante analisar maneiras de combater esse preconceito e negligência com essa parcela da sociedade.

A priori, é notório destacar como o preconceito é um obstáculo para a resolução da tal problemática. De acordo com o filósofo espanhol Adolfo Vázquez afirmava, em linha gerais, que o aumento da frequência de um determinado evento ocasionaria, erroneamente, sua naturalização. Dessa forma, um fenômeno patológico, como a existência de uma grande população sem-teto, passe a ser tratado com normalidade e indiferença. Sob tal perspectiva, essa normalização acaba passando uma imagem sobre essas pessoas sem-teto como pessoas naturalmente inferiores, na qual não merecem tanta importância, cuidado. Por isso, é importante analisar de forma crítica as relações sociais de um povo e se atentar a alienação e normalização de problemas que precisam ser superados.

Em segunda análise, é preciso explorar as falhas estatais. Segundo o terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, a aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração. Contudo, os impactos como fome, desproteção, falta de oportunidade, cuidados básicos e essenciais contrataram com a frase do terceiro presidente, uma vez que o governo do Brasil ainda negligencia muito os moradores de rua. Com isso, é inadmissível a inoperancia das esferas de poder sobre o problema.

Portanto, entende-se que a negligência com os moradores de rua é um obstáculo inerente às raízes culturais e governamentais. Logo, é importante que a Secretaria Nacional de Assistência Social junto com ONG’s se unam para ajudar esse grupo social a ter as mínimas condições de dignidade asseguradas na Constituição Brasileira. Além do ministério de comunicações, por intermédio da coparticipação de programas midiáticos de alta audiência, deve discutir e elucidar o assunto, com o objetivo de mostrar as principais sequelas do problema. Feito esses pontos, a sociedade brasileira terá uma vida digna.