O filósofo alemão Karl Marx afirmava que, no capitalismo, o consumo é influenciado por um sistema que transforma produtos em símbolos de status, criando falsas necessidades. No contexto brasileiro atual, essa lógica se reflete nas constantes mudanças nos padrões de consumo, marcadas pelo imediatismo, pelo desperdício e pelo incentivo ao acúmulo. Nesse cenário, faz-se necessário refletir sobre os impactos desse fenômeno, cujas principais causas são a influência da mídia e a obsolescência programada.

A mídia exerce papel central na formação de desejos e comportamentos. Com o avanço das redes sociais e da publicidade digital, o consumo passou a ser associado à felicidade e ao sucesso pessoal. Segundo o IBGE, o consumo por impulso entre jovens cresceu nos últimos anos, o que reforça a ideia de que as escolhas nem sempre são conscientes. Assim, enquanto a educação midiática não for fortalecida, o consumo continuará sendo manipulado.

Além disso, a obsolescência programada agrava esse cenário. Produtos são fabricados com prazo de validade reduzido, estimulando trocas frequentes e aumentando a produção de lixo. Dados da ONU revelam que mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartadas anualmente no mundo. Isso compromete o meio ambiente e a economia das famílias.

Portanto, é necessário que o Estado, em parceria com escolas e meios de comunicação, promova campanhas educativas sobre consumo consciente. O objetivo é estimular uma cultura de responsabilidade social e ambiental, a fim de minimizar os impactos das mudanças nos padrões de consumo e construir uma sociedade mais sustentável.