A ilha imaginada por "Thomas More" na obra "Utopia", é perfeita na concepção política, com os cidadãos gozando da plena eficiência do Estado. Fora da ficção, entretanto, no Brasil, o aumento da evasão escolar se opõe à idealização retratada pelo filósofo, haja vista que, segundo os dados do IBGE, houve um aumento de 170% de crianças e adolescentes fora das escolas entre 2019 e 2021. Por certo, a negligência governamental e a desigualdade social são fatores que favorecem esse quadro.

Em uma primeira análise, o descaso estatal precisa ser aprofundado. Conforme o filósofo Montesquieu, no livro "O espírito das leis", as normas jurídicas devem variar conforme as necessidades da sociedade. No entanto, no Estado tupiniquim, as consequências do aumento significativo da evasão escolar divergem da tese do pensador, tendo em vista que não existem normas eficazes para solucionar essa problemática que se enraizou no país. Dessa forma, com o fito de tornar exíguo o revés, as esferas de poder e suas ações são impreteríveis.

Além disso, a situação de desigualdade social em que diversas crianças e adolescentes se encontram precisa ser destacada. Nesse contexto, segundo o escritor Ariano Suassuna, o Brasil é dividido em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos. Sob tal perspectiva, grande parte dessas crianças vivem em situações precárias, por isso, tem dificuldades em chegar nas escolas e acabam abandonando os estudos. Destarte, é necessário que haja mudança.

Logo, o Poder Executivo, por intermédio da coparticipação de canais televisivos, deverá elucidar o assunto mediante campanhas informativas, visando mostrar as principais consequências legislativas do problema e, mais detalhadamente, orientar os espectadores a respeito dos problemas futuros ocasionados pela evasão escolar. Assim, se consolidarà uma sociedade mais justa e mais próxima da obra "Utopia".