A Constituição Federal de 1988 — lei suprema e fundamental da nação — assegura, em seu artigo 6°, o direito à saúde para todos os cidadãos. No entanto, apesar dessa garantia constitucional, observa-se uma falha nesse princípio social, visto que existem empecilhos crônicos resultantes do aumento de ISTs entre os jovens brasileiros. Nesse sentido, é perceptível que o problema é oriundo de fatores como: a omissão governamental e a ausência de informação.

Diante desse cenário, é pertinente destacar a ineficiência governamental como um dos pilares dessa problemática. Sob a perspectiva do filósofo contratualista John Locke, é dever do Estado garantir os direitos básicos dos cidadãos. Todavia, essa premissa não é cumprida na prática, uma vez que a máquina estatal não investe em políticas públicas capazes de proporcionar o bem-estar dos jovens, como em projetos de educação sexual em instituições educacionais, estimular o uso de preservativos, além de ofertar condições dignas para saúde. Consequentemente, pode-se ocasionar a elevação das ISTs entre os indivíduos desse grupo, fazendo com que enfrentem adversidades em relação a sua qualidade de vida e dignidade social. Por isso, enquanto esse impasse persistir, será difícil solucioná-lo.

Ademais, é notório enfatizar que o problema é também agravado pela falta de conhecimento acerca desse assunto. Sobre isso, o escritor Peter Drucker afirma que a informação é uma das principais estratégias para garantir o desenvolvimento nacional. Análogo ao tema, a ocultação das ISTs decorre da desinformação a respeito das complicações na saúde juvenil, tanto pelas mídias sociais quanto pelos próprios veículos públicos, na medida que há uma defasagem na exposição da sua prevenção e de sua prejudicialidade entre os indivíduos desse grupo. Em consequência, isso pode acarretar seu aumento e normalização do problema no país, havendo um silenciamento da temática e da estagnação da saúde juvenil. Assim, é essencial superar esses entraves alarmantes.

Portanto, medidas precisam ser tomadas para enfrentar esses desafios. Cabe ao Ministério da Saúde — órgão provedor do bem-estar coletivo — elaborar políticas públicas voltadas a prevenção das ISTs em todo território nacional. Isso envolve o repasse de verbas aos estados e municípios, para financiar palestras de educação sexual nas escolas, a fim de alertar os jovens a não fazer sexo sem camisinha. Além disso, o Estado deve promover melhorias no sistema de saúde, como a ampliação de profissionais especializados nesse assunto com o intuito de garantir o atendimento a toda população. Com essas iniciativas, os direitos fundamentais serão plenamente efetivados.