- 21 Set 2024, 17:59
#134217
Karl Popper, filósofo inglês, em “Paradoxo da tolerância”, afirma que não se deve tolerar a intolerância. Entretanto, no Brasil, muitas pessoas pertencentes ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), desde as com condições mais leves às mais severas, são ridicularizadas e desvalorizadas. Nesse sentido, a mídia e a família intensificam esse grave problema, causando segregação social. Emerge-se, então, um torpe cenário, que é provocado pela má conduta midiática e familiar.
De início, os veículos comunicativos devem ser responsabilizados por esse panorama. Isso porque a mídia, geralmente, não ajuda no combate à adversidade em questão, gerando desafios trabalhistas aos autistas. O linguista Noah Chomsky, em seu livro “Manufacturing consent”, diz que a imprensa escolhe quais temas e vozes serão ampliados ou suprimidos. De fato, Chomsky está correto, afinal, as redes de comunicação, muitas vezes, por utilizarem uma lógica capitalista, ampliam os conteúdos lucrativos e suprimem os tópicos que não geram rendimentos. Associando esse pensamento à temática em discussão, ao representar autistas em novelas e programas televisivos, esses são construídos com atributos estereotipados - uma pessoa anômala e excêntrica -, já que isso gera entretenimento a uma audiência mais casual e, logo, lucro. Por outro lado, raramente há campanhas que lutem contra a estereotipação e a ridicularização desse grupo, uma vez que não há ganhos monetários. Em efeito, devido à influência da imprensa, o corpo social tende a observar, apenas, os lados negativos de um autista, ignorando todas as suas qualidades, fato o qual o afeta, por exemplo, no trabalho, em que muitos empresários não os contratam por acreditarem que eles não possuem pontos a agregar em seus serviços.
Além disso, problematiza-se a omissão parental por essa situação. Essa culpabilização é válida pois o núcleo familiar, normalmente, não efetua conversas com os menores sobre assuntos sociais, suscitando uma exclusão cruel. Émile Durkheim, sociólogo francês, argumenta que a índole do sujeito é estruturada pela família. Realmente, relacionando Émile à realidade brasileira, muitos genitores não possuem oportunidades suficientes para dialogar com os seus filhos a respeito da importância de se ter respeito às pessoas do TEA devido à sua carga horária de afazeres trabalhistas e domésticos extensos, tendo tempo, somente, para levá-los à escola e para alimentá-los. Com isso, sem um exemplo parental fundamentado, o público mirim tende a tratar colegas do espectro com ridicularizações constantes em função do seu modo de operação mais reservado e antissocial, fazendo com que esses indivíduos sofram com reveses relacionados à autoestima e, até mesmo, deteriorando, ainda mais, o seu convívio coletivo. Assim, é necessário que os pais se esforcem ao máximo para que, quando haja sobras de tempo, eles possam desenvolver a amabilidade e a consideração em seus filhos, estando à altura das ideias de Durkheim.
Portanto, a fim de combater o estigma associado ao TEA, o Estado - instituição máxima das relações de poder -, por meio de parceiras com redes midiáticas, deve realizar campanhas, em horário nobre, que conscientizem a população sobre o espectro autista. O principal foco dessas publicidades seria o âmbito familiar, demonstrando a importância de que, desde cedo, essa temática seja discutida.
De início, os veículos comunicativos devem ser responsabilizados por esse panorama. Isso porque a mídia, geralmente, não ajuda no combate à adversidade em questão, gerando desafios trabalhistas aos autistas. O linguista Noah Chomsky, em seu livro “Manufacturing consent”, diz que a imprensa escolhe quais temas e vozes serão ampliados ou suprimidos. De fato, Chomsky está correto, afinal, as redes de comunicação, muitas vezes, por utilizarem uma lógica capitalista, ampliam os conteúdos lucrativos e suprimem os tópicos que não geram rendimentos. Associando esse pensamento à temática em discussão, ao representar autistas em novelas e programas televisivos, esses são construídos com atributos estereotipados - uma pessoa anômala e excêntrica -, já que isso gera entretenimento a uma audiência mais casual e, logo, lucro. Por outro lado, raramente há campanhas que lutem contra a estereotipação e a ridicularização desse grupo, uma vez que não há ganhos monetários. Em efeito, devido à influência da imprensa, o corpo social tende a observar, apenas, os lados negativos de um autista, ignorando todas as suas qualidades, fato o qual o afeta, por exemplo, no trabalho, em que muitos empresários não os contratam por acreditarem que eles não possuem pontos a agregar em seus serviços.
Além disso, problematiza-se a omissão parental por essa situação. Essa culpabilização é válida pois o núcleo familiar, normalmente, não efetua conversas com os menores sobre assuntos sociais, suscitando uma exclusão cruel. Émile Durkheim, sociólogo francês, argumenta que a índole do sujeito é estruturada pela família. Realmente, relacionando Émile à realidade brasileira, muitos genitores não possuem oportunidades suficientes para dialogar com os seus filhos a respeito da importância de se ter respeito às pessoas do TEA devido à sua carga horária de afazeres trabalhistas e domésticos extensos, tendo tempo, somente, para levá-los à escola e para alimentá-los. Com isso, sem um exemplo parental fundamentado, o público mirim tende a tratar colegas do espectro com ridicularizações constantes em função do seu modo de operação mais reservado e antissocial, fazendo com que esses indivíduos sofram com reveses relacionados à autoestima e, até mesmo, deteriorando, ainda mais, o seu convívio coletivo. Assim, é necessário que os pais se esforcem ao máximo para que, quando haja sobras de tempo, eles possam desenvolver a amabilidade e a consideração em seus filhos, estando à altura das ideias de Durkheim.
Portanto, a fim de combater o estigma associado ao TEA, o Estado - instituição máxima das relações de poder -, por meio de parceiras com redes midiáticas, deve realizar campanhas, em horário nobre, que conscientizem a população sobre o espectro autista. O principal foco dessas publicidades seria o âmbito familiar, demonstrando a importância de que, desde cedo, essa temática seja discutida.
Comentários
1. Competência 1 (Norma-Padrão da Língua Portuguesa):
- O texto apresenta alguns erros gramaticais e de concordância:
- "Emerge-se, então, um torpe cenário" (Erro de voz reflexiva. O verbo "emergir" não é reflexivo, o correto seria "Emerge, então, um torpe cenário").
- "causando segregação social" (Aqui há uma leve inadequação de regência. O uso de "causando" poderia ser substituído por "provocando" ou "gerando", que são mais adequados ao contexto).
- "fato o qual o afeta" (O uso de "o qual" está inadequado. O correto seria "fato que o afeta").
- Esses erros não comprometem grandemente a compreensão do texto, mas limitam a nota máxima. Sugestão: Revisar o uso de pronomes relativos e a voz reflexiva de verbos, além de optar por expressões mais diretas.
2. Competência 2 (Compreensão da Proposta):
- O candidato compreendeu plenamente o tema e desenvolveu a redação de forma coerente e dentro dos limites do texto dissertativo-argumentativo. A estrutura está clara, com introdução, desenvolvimento e conclusão bem definidos.
- Não há necessidade de melhorias significativas aqui, pois o tema foi abordado com profundidade e os conceitos de várias áreas do conhecimento foram bem aplicados.
3. Competência 3 (Argumentação):
- A argumentação está muito bem desenvolvida, com fatos, opiniões e referências teóricas (Chomsky, Durkheim) que enriquecem o texto. O ponto de vista é claro e bem sustentado ao longo da redação.
- Sugestão: Nenhuma melhoria necessária, pois a seleção e organização dos argumentos foram apropriadas.
4. Competência 4 (Coesão e Coerência):
- A coesão textual é excelente. O candidato utilizou conectivos de maneira fluida, garantindo que as ideias fossem bem amarradas e que o texto mantivesse uma progressão lógica. A coerência interna entre os argumentos também está muito bem estabelecida.
- Sugestão: Nenhuma melhoria necessária, pois o uso de mecanismos coesivos foi adequado.
5. Competência 5 (Proposta de Intervenção):
- A proposta de intervenção está presente e bem articulada ao tema, mas carece de um detalhamento mais robusto. Embora o agente (Estado), a ação (campanhas midiáticas) e a finalidade (conscientização sobre o TEA) estejam presentes, o meio ("parceiras com redes midiáticas") poderia ser mais detalhado. A proposta de conscientização do público familiar é válida, mas faltou um aprofundamento maior sobre como essas campanhas seriam operacionalizadas.
- Sugestão: Detalhar mais o meio da intervenção, como, por exemplo, quais seriam as redes midiáticas envolvidas ou que tipo de conteúdo seria veiculado nas campanhas.
---
Resumo das Sugestões:
- Revisar alguns pontos gramaticais e o uso de pronomes relativos para garantir a correção plena na Competência 1.
- Detalhar mais o meio da proposta de intervenção na Competência 5, especificando como as campanhas seriam realizadas e quais seriam os principais veículos midiáticos envolvidos.
- O texto apresenta alguns erros gramaticais e de concordância:
- "Emerge-se, então, um torpe cenário" (Erro de voz reflexiva. O verbo "emergir" não é reflexivo, o correto seria "Emerge, então, um torpe cenário").
- "causando segregação social" (Aqui há uma leve inadequação de regência. O uso de "causando" poderia ser substituído por "provocando" ou "gerando", que são mais adequados ao contexto).
- "fato o qual o afeta" (O uso de "o qual" está inadequado. O correto seria "fato que o afeta").
- Esses erros não comprometem grandemente a compreensão do texto, mas limitam a nota máxima. Sugestão: Revisar o uso de pronomes relativos e a voz reflexiva de verbos, além de optar por expressões mais diretas.
2. Competência 2 (Compreensão da Proposta):
- O candidato compreendeu plenamente o tema e desenvolveu a redação de forma coerente e dentro dos limites do texto dissertativo-argumentativo. A estrutura está clara, com introdução, desenvolvimento e conclusão bem definidos.
- Não há necessidade de melhorias significativas aqui, pois o tema foi abordado com profundidade e os conceitos de várias áreas do conhecimento foram bem aplicados.
3. Competência 3 (Argumentação):
- A argumentação está muito bem desenvolvida, com fatos, opiniões e referências teóricas (Chomsky, Durkheim) que enriquecem o texto. O ponto de vista é claro e bem sustentado ao longo da redação.
- Sugestão: Nenhuma melhoria necessária, pois a seleção e organização dos argumentos foram apropriadas.
4. Competência 4 (Coesão e Coerência):
- A coesão textual é excelente. O candidato utilizou conectivos de maneira fluida, garantindo que as ideias fossem bem amarradas e que o texto mantivesse uma progressão lógica. A coerência interna entre os argumentos também está muito bem estabelecida.
- Sugestão: Nenhuma melhoria necessária, pois o uso de mecanismos coesivos foi adequado.
5. Competência 5 (Proposta de Intervenção):
- A proposta de intervenção está presente e bem articulada ao tema, mas carece de um detalhamento mais robusto. Embora o agente (Estado), a ação (campanhas midiáticas) e a finalidade (conscientização sobre o TEA) estejam presentes, o meio ("parceiras com redes midiáticas") poderia ser mais detalhado. A proposta de conscientização do público familiar é válida, mas faltou um aprofundamento maior sobre como essas campanhas seriam operacionalizadas.
- Sugestão: Detalhar mais o meio da intervenção, como, por exemplo, quais seriam as redes midiáticas envolvidas ou que tipo de conteúdo seria veiculado nas campanhas.
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Resumo das Sugestões:
- Revisar alguns pontos gramaticais e o uso de pronomes relativos para garantir a correção plena na Competência 1.
- Detalhar mais o meio da proposta de intervenção na Competência 5, especificando como as campanhas seriam realizadas e quais seriam os principais veículos midiáticos envolvidos.
COMPETÊNCIA 1: Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Você atingiu aproximadamente 80% da pontuação prevista para a Competência 1, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita, ou seja, apresenta um texto com boa estrutura sintática, com poucos desvios de pontuação, de grafia e de emprego do registro exigido.
160
COMPETÊNCIA 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 2, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo, ou seja, em seu texto, o tema é desenvolvido de modo consistente e autoral, por meio do acesso a outras áreas do conhecimento, com progressão fluente e articulada ao projeto do texto.
200
COMPETÊNCIA 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 3, atendendo aos critérios definidos a seguir. Em defesa de um ponto de vista, o texto apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, ou seja, os argumentos selecionados estão organizados e relacionados de forma consistente com o ponto de vista defendido e com o tema proposto, configurando-se independência de pensamento e autoria.
200
COMPETÊNCIA 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Você atingiu aproximadamente 100% da pontuação prevista para a Competência 4, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante articula bem as ideias, os argumentos, as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações.
200
COMPETÊNCIA 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Você atingiu aproximadamente 80% da pontuação prevista para a Competência 5, atendendo aos critérios definidos a seguir. O participante elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema, decorrente da discussão desenvolvida no texto, articulada e abrangente, ainda que sem suficiente detalhamento.
160