De acordo com a pensadora brasileira Djamila Ribeiro, o primeiro passo para solucionar uma questão, é tirá-la da invisibilidade. Porém, quando se observa a realidade contemporânea, nota-se que isso não tem se concretizado no país, uma vez que, os desafios do aleitamento no Brasil não tem seu devido destaque e permanece sem solução. Nesse viés, a problemática não só deriva da omissão governamental, mas também da falha educacional.

Diante desse cenário, nota-se o descaso governamental como fator agravante desse quadro problemático. Nessa perspectiva, é de relevância citar a Revolução Industrial, período que devido a alta carga horária de trabalho, muitas mulheres sofreram dificuldades no processo de amamentação. Analogamente, o trabalho ainda gera impactos durante o período de aleitamento, visto que, a licença maternidade é de apenas quatro meses e o período de amamentação indicado pela OMS é durante os primeiros seis meses de vida da criança. Dessa forma, é evidente que a negligência do Estado no que se refere a importância do amamentamento para o desenvolvimento da criança, a situação perdurará.

Ademais, é relevante destacar a falta de conhecimento nessa temática. Nesse sentido, é relevante ressaltar a ideia associada ao filósofo Francis Bacon, a qual relaciona o conhecimento ao poder, isto é, afirma que o saber fornece meios para alterar o panorama vivido. Sob essa ótica, torna-se evidente, uma vez que a falta de informações e reconhecimento da amamentação, corrobora para que essa situação de invisibilidade continue ocorrendo no Brasil. Além disso, é notório que muitas mulheres não possuem conhecimento que a falta do leite materno pode ocasionar doenças futuras nas crianças e atrasar seu desenvolvimento na fala e crescimento. Logo, é inegável a necessidade de educar e informar a sociedade brasileira.

Portanto, indubitavelmente, é necessário que medidas sejam tomadas para resolver esse obstáculo. Assim, cabe ao Estado-em sua função de promotor do bem-estar social-por meio de investimentos estratégicos e aliado ao Ministério da Saúde, promover a criação de programas inseridos nos postos de saúde e hospitais desde o pré-natal com o objetivo de conscientizar as mulheres grávidas sobre a importância de manter o aleitamento até os seis e meses, e desenvolvera criação de projetos que ofereceram auxílio desde o nascimento para as mães com dificuldade em amamentar. Desse modo, a questão será tirada da invisibilidade e encontrará solução.