Em meio a sociedade o conceito de privacidade é de segredo absoluto, certo? Então por que cada vez mais pessoas expõem exageradamente seus interesses, acontecimentos diários e suas conquistas nas redes sociais? Será que, aos poucos, não estamos perdendo noção que é de fato privacidade?
Na série de animação japonesa de ficção científica Psycho-Pass, uma das personagens está tornando a si mesmo um ciborgue para evitar a mortalidade. Quando sua decisão é questionada por uma repórter, ele argumenta que todos nós somos um pouco ciborgues, já que não conseguimos viver sem tecnologia.
Sendo assim, a nossa necessidade de dar e obter informações, nos torna cegos e vulneráveis. O deslumbre do que a tecnologia proporciona diariamente às pessoas faz com que pareça que apenas o lado útil e conveniente da Internete seja o único, principalmente àqueles que foram menos, ou nunca foram alfabetizados digitalmente, tornando-os alvos fáceis de ataques invasivos pela rede.
A violação da privacidade digital é um problema complexo, pois apesar de sempre culparmos os invasores, uma parcela de culpa deve ser atribuída ao próprio usuário, afinal, na maioria dos aplicativos de celulares existe uma lista longa de acessos que o usuário deve permitir, e que se não forem atentamente inspecionadas, podem causar problemas sérios como vazamento de imagens íntimas e de dados bancários.
Mesmo que existam leis que amparem a vítima nessas situações, como a Lei Carolina Dieckman, ainda podem haver consequências graves e irreversíveis que poderiam ser evitadas se realmente levássemos a sério a frase "li e concordo com os termos de uso".